Venezuelanos apoiam processo revolucionário

O povo está com Chávez

O centro de Ca­racas en­cheu-se de gente, dia 10, numa enorme ma­ni­fes­tação de apoio ao pre­si­dente da Ve­ne­zuela, Hugo Chávez, e ao pro­cesso re­vo­lu­ci­o­nário em curso no país.

Apoio po­pular e so­li­da­ri­e­dade in­ter­na­ci­onal

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Logo pela manhã, mi­lhares de po­pu­lares co­me­çaram a con­cen­trar-se nas ime­di­a­ções do Pa­lácio de Mi­ra­flores, sede do go­verno, en­to­ando pa­la­vras de ordem de apoio ao chefe de Es­tado, in­ter­nado em Cuba a re­cu­perar de uma ope­ração.

«Eu sou Chávez», «Chávez, co­ração do povo» eram al­gumas das frases que se ou­viam e liam em t-shirts. O ob­jec­tivo da acção era ex­pli­ci­tado numa faixa: «Hoje o povo está na rua para fazer res­peitar a nossa Cons­ti­tuição, o nosso co­man­dante e o nosso voto. Não vo­támos para que a opo­sição mande, aqui manda a re­vo­lução e o seu povo».

Era a res­posta po­pular à cam­panha dos sec­tores re­ac­ci­o­ná­rios, com o apoio da im­prensa in­ter­na­ci­onal, que du­rante se­manas ten­taram apro­veitar o es­tado de saúde de Hugo Chávez para criar um am­bi­ente pro­pício a um golpe pa­la­ciano.

Os seus planos fa­lharam. A «opo­sição» foi mais uma vez de­sa­cre­di­tada in­terna e ex­ter­na­mente.

Na ma­ni­fes­tação de dia 10, vá­rios chefes de Es­tado, mem­bros de go­vernos e re­pre­sen­tantes de um con­junto sig­ni­fi­ca­tivo de países da Amé­rica La­tina fi­zeram questão de estar pre­sentes.

Entre eles, es­tavam o vice-pre­si­dente do con­selho de Mi­nis­tros de Cuba, Mi­guel Díaz-Canel, o pre­si­dente da Bo­lívia, Evo Mo­rales, o pre­si­dente da Ni­ca­rágua, Da­niel Or­tega, o pre­si­dente do Uru­guai, José Mu­jica, o ex-pre­si­dente do Pa­ra­guai, Fer­nando Lugo, e os mi­nis­tros dos Ne­gó­cios Es­tran­geiros do Equador, Ri­cardo Pa­tiño, e da Ar­gen­tina, Héctor Ti­merman.

No mesmo dia, mi­nis­tros dos Ne­gó­cios Es­tran­geiros de 22 países da Amé­rica La­tina e Ca­raíbas as­si­naram uma de­cla­ração em que se com­pro­me­teram a cerrar fi­leiras em apoio à Ve­ne­zuela e ao pro­cesso de mu­dança a de­correr no país.

No texto, os subs­cri­tores su­bli­nham a sua von­tade de co­la­borar «nos es­paços in­ter­na­ci­o­nais» com o go­verno ve­ne­zu­e­lano e o seu vice-pre­si­dente e mi­nistro dos Ne­gó­cios Es­tran­geiros, Ni­colás Ma­duro, para im­pedir que a saúde do pre­si­dente sirva de «pre­texto para atentar contra as ins­ti­tui­ções de­mo­crá­ticas».

Su­premo con­firma le­ga­li­dade

Na vés­pera, dia 9, o Su­premo Tri­bunal de Jus­tiça (STJ) da Ve­ne­zuela san­ci­onou o adi­a­mento da posse de Hugo Chávez no novo man­dato pre­si­den­cial.

A pre­si­dente da alta ins­tância ju­di­cial, Luísa Es­tela Mo­rales, lem­brou que o par­la­mento ve­ne­zu­e­lano aprovou, dia 8, uma re­so­lução em que con­cede ao Pre­si­dente «todo o tempo que ne­ces­site para re­cu­perar e voltar à Ve­ne­zuela».

A ma­gis­trada pre­cisou que «apesar de a 10 de Ja­neiro se ini­ciar um novo pe­ríodo cons­ti­tu­ci­onal, não é ne­ces­sária uma nova to­mada de posse», «em vir­tude de não existir in­ter­rupção no exer­cício do cargo», uma vez que Hugo Chávez foi re­e­leito.

In­ter­vindo pe­rante os ma­ni­fes­tantes e re­pre­sen­tantes de vá­rios países, o vice-pre­si­dente ve­ne­zu­e­lano, Ni­colás Ma­duro afirmou que «o nosso povo está mais unido do que nunca. As Forças Ar­madas estão fir­me­mente com o so­ci­a­lismo e com a re­vo­lução de Hugo Chávez e a di­recção po­lí­tica da re­vo­lução está firme, com as nossas vidas, pela vida do povo, para de­fender o nosso co­man­dante».

A con­cen­tração ter­minou com os mi­lhares de ve­ne­zu­e­lanos a jurar co­lec­ti­va­mente fazer a re­vo­lução, com le­al­dade a Hugo Chávez e à pá­tria.

«Juro, pe­rante esta cons­ti­tuição da Re­pú­blica Bo­li­va­riana da Ve­ne­zuela, ab­so­luta le­al­dade aos va­lores da pá­tria, à li­de­rança do co­man­dante Hugo Chávez, que de­fen­derei esta Cons­ti­tuição, a nossa de­mo­cracia po­pular, in­de­pen­dência e o di­reito a cons­truir o so­ci­a­lismo na nossa pá­tria, que me com­pro­meto a levar o pro­grama da pá­tria a cada bairro, fá­brica, es­cola, es­quina, praça, fa­mília e que de­fen­derei a pre­si­dência do co­man­dante Chávez na rua com a razão, a ver­dade, a força, a in­te­li­gência de um povo que se li­bertou da bur­guesia», ju­raram.



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