Abertura das comemorações do
Centenário do nascimento de Álvaro Cunhal

Vida, pensamento e luta: exemplo que se projecta na actualidade e no futuro

Image 12366

As co­me­mo­ra­ções do cen­te­nário do nas­ci­mento de Álvaro Cu­nhal ini­ci­aram-se no sá­bado com uma sessão pú­blica em Lisboa que contou com a par­ti­ci­pação de mais de mil pes­soas, que trans­bor­daram por com­pleto o amplo au­di­tório da Fa­cul­dade de Me­di­cina Den­tária da Uni­ver­si­dade de Lisboa. Ali es­ti­veram ho­mens, mu­lheres e jo­vens que, na sua mai­oria, não se li­mi­tavam a ho­me­na­gear aquele que, nas pa­la­vras de Je­ró­nimo de Sousa, cons­titui uma «re­fe­rência in­con­tor­nável da luta do nosso povo pela li­ber­dade, a de­mo­cracia, a eman­ci­pação so­cial e hu­mana dos tra­ba­lha­dores e dos povos» – a sua pre­sença cons­ti­tuía, acima de tudo, a ma­ni­fes­tação do em­pe­nha­mento em pros­se­guir ab­ne­ga­da­mente o com­bate a que Álvaro Cu­nhal de­dicou toda a sua vida, an­co­rados no seu exemplo e na sua obra e or­ga­ni­zados no Par­tido que deixou como le­gado. 
Ao longo das mais de duas horas e meia que durou a sessão, foram va­lo­ri­zados a vida, o pen­sa­mento e a obra de Álvaro Cu­nhal e a ac­tu­a­li­dade do seu pen­sa­mento – pa­tentes nas in­ter­ven­ções de Je­ró­nimo de Sousa, José Ca­pucho e Dé­bora Santos. Mas por ali passou também a arte e a cul­tura, com­po­nentes que acom­pa­nharam toda a vida de Álvaro Cu­nhal, que foi não só um de­di­cado mi­li­tante e um no­tável di­ri­gente e teó­rico co­mu­nista como também es­critor, pintor e pen­sador das ques­tões da es­té­tica e da arte. As ac­tu­a­ções do pi­a­nista Fausto Neves, da banda fi­lar­mó­nica da Aca­demia Al­ma­dense, das jo­vens can­toras Sofia Lisboa e Va­nessa Borges, do coro Lopes-Graça, do coro dos mi­neiros de Al­jus­trel e de Luísa Basto, bem como a pre­sença da po­esia de Ary dos Santos e Pa­pi­niano Carlos, tra­zida pela voz de André Levy, foram uma ho­me­nagem a essa di­mensão, ao mesmo tempo que trou­xeram à me­mória os tempos da luta contra o fas­cismo e da Re­vo­lução de Abril, nas quais Álvaro Cu­nhal teve, aos ní­veis teó­rico e prá­tico, um papel pre­pon­de­rante.
Esta sessão, apre­sen­tada por Ma­nuel Ro­dri­gues, do Co­mité Cen­tral do PCP e da co­missão das co­me­mo­ra­ções, abre um ano mar­cado por um vasto con­junto de ini­ci­a­tivas evo­ca­tivas da vida, do pen­sa­mento e da obra de Álvaro Cu­nhal. 



Mais artigos de: Em Foco

Honrar o exemplo<br> de vida e de intervenção

Com esta sessão iniciamos as comemorações do Centenário do nascimento do camarada Álvaro Cunhal. Trata-se de uma justa e incontornável homenagem que levaremos à prática através da realização de um vasto e...

«Tomemos nas nossas mãos<br> os destinos das nossas vidas»

Realizamos as comemorações do centenário do nascimento de Álvaro Cunhal num momento em que as consequências do pacto de agressão assumem expressões terríveis e destroem a vida da juventude portuguesa, ao passo que atentam contra a...

Entrada ao piano

A sessão iniciou-se com a actuação do pianista e professor universitário Fausto Neves, que interpretou magistralmente trechos de obras dos compositores Sergei Prokofiev, Fernando Lopes-Graça e Claude Debussy. No intervalo entre as peças, o pianista...

Canções com história

A banda filarmónica da Academia de Instrução e Recreio Familiar Almadense, composta por dezenas de músicos, entre os quais muitos jovens, subiu ao palco a seguir à intervenção de José Capucho para interpretar algumas das mais...

Poesia insubmissa

Alternando com a actuação da banda filarmónica, André Levy leu excertos dos poemas de José Carlos Ary dos Santos, «As Portas que Abril Abriu» – «De tudo o que Abril abriu/ ainda pouco se disse/ e só nos faltava agora/ que este...

A voz dos mineiros

O coro dos mineiros de Aljustrel cantou uma única canção, o «hino dos mineiros», e foi quanto bastou para emocionar a assistência com a potência das vozes, a cadência da música e, claro, a letra a remeter para o sofrimento e a luta que...

A nossa voz

Luísa Basto não poderia faltar à homenagem a Álvaro Cunhal – dirigente histórico do Partido de que foi e é a mais famosa voz e aquele que lhe deu o nome pela qual a cantora é conhecida (nome de clandestinidade que se transformou em...

Jovens com talento

As jovens Vanessa Borges e Sofia Lisboa, que para além de militantes da JCP são ambas cantoras e, no caso da primeira, também guitarrista, fizeram uma interpretação notável da célebre canção «Que Parva que eu Sou», do...

Vozes ao alto!

O Coro Lopes-Graça proporcionou outro momento marcante da sessão pública de sábado. Depois de o maestro José Robert garantir que Fernando Lopes-Graça «gostaria de estar presente», o coro interpretou duas das mais célebres...

Juventude é fonte de novas energias

A juventude e a sua organização revolucionária, a JCP, estiveram em destaque na sessão de sábado – em coerência, aliás, com a importância que sempre lhes deu o próprio Álvaro Cunhal. Para além da...

Uma terra sem amos!

A sessão de sábado, de lançamento das comemorações do centenário do nascimento de Álvaro Cunhal, terminou da melhor forma possível. Acompanhando o mote da banda filarmónica, as mais de mil pessoas presentes entoaram em...

Moita divulga legado de Álvaro Cunhal

A Câmara Municipal da Moita iniciou no sábado o seu programa próprio de comemorações do centenário do nascimento de Álvaro Cunhal com a inauguração de uma exposição com os desenhos e pinturas feitos na prisão,...