Na morte de Jaime Neves
O Parlamento aprovou sexta-feira passada com os votos favoráveis de PSD, PS e CDS-PP e os votos contra do PCP, BE e PEV um voto de pesar pelo falecimento do major-general Jaime Neves.
Afirmando o respeito da sua bancada pelos «sentimentos de pesar de familiares e amigos» do militar desaparecido, o deputado comunista António Filipe justificou o sentido de voto da sua bancada por uma questão de «honestidade e coerência».
«Independentemente do que se possa dizer da participação do major-general Jaime Neves no 25 de Abril, temos presente que, após os acontecimentos de 25 de Novembro, se foi possível evitar um gravíssimo confronto entre portugueses e se foi possível criar condições para que o regime democrático prosseguisse tal foi devido ao sentido de responsabilidade de personalidades como o general Ramalho Eanes, como Melo Antunes, como o marechal Costa Gomes e não tanto relativamente à posição assumida pelo major-general Jaime Neves», sustentou o parlamentar do PCP, antes de lembrar que aquele «tomou até como é sabido uma posição explicitamente no sentido da ilegalização do PCP».
«Compreende-se, portanto, que em coerência e honestidade, nós não nos podemos associar à homenagem da AR ao major-general Jaime Neves, compreendendo evidentemente e respeitando os sentimentos de pesar dos seus familiares, amigos e admiradores», concluiu.