Se houvesse interlocutores para negociarem com os trabalhadores, seria possível encontrar uma solução para o conflito que, certamente, seria muito mais barata do que o valor dos prejuízos que o secretário de Estado dos Transportes lamentou há umas semanas, a propósito das greves no Metro. A observação foi feita pela Fectrans, numa nota de 16 de Janeiro, na qual lembrou a Sérgio Monteiro que o Governo, com esta política, impõe enormes prejuízos aos trabalhadores e aos utentes, enquanto deixa por resolver o problema fundamental.

Na verdade, os resultados económicos das empresas pioram. Sangradas pela banca (juros e amortizações) e pela especulação (contratos swap), o seu resultado operacional tem melhorado, apesar de terem perdido milhões de passageiros, mas a situação financeira agrava-se.

O Governo cumpre a sua verdadeira tarefa, em duas linhas: prepara a entrega das áreas operacionais a privados, já a gerar lucros, e vai transferindo rios de dinheiro para os banqueiros, por via das perdas financeiras.