- Nº 2046 (2013/02/14)

Contra boicote político no vestuário

Trabalhadores

LUSA

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A associação patronal do vestuário e confecção (Anivec/APIV) foi acusada de boicotar as negociações salariais no sector por decisão política, para expressar assim o seu apoio às políticas do actual Governo, de empobrecimento dos trabalhadores, de roubo de direitos e imposição de trabalho gratuito, de não publicação das portarias de extensão dos contratos colectivos negociados e de recusa de actualização do salário mínimo nacional.

No dia 7, frente à sede da Anivec, na Avenida da Boavista, no Porto, concentraram-se dirigentes e delegados da Fesete/CGTP-IN e dos seus sindicatos, representando os trabalhadores do sector do vestuário, onde não foram negociados novos salários em 2012 e até agora.

Na resolução ali aprovada, salienta-se que no sector há reais possibilidades para melhorar os salários de forma significativa. A maioria dos trabalhadores da produção recebe o salário mínimo, cujo valor líquido é inferior ao limiar da pobreza. Mas a actividade do sector propiciou excelentes resultados às empresas, nos últimos três anos, com crescimento do valor das exportações.

Os representantes sindicais registam ainda que, a par da perda líquida de 50 mil empregos, no período de 2000 a 2011, o valor médio de exportações por trabalhador cresceu 18 por cento (de 23 890 euros, em 2010, para 28 271 euros, em 2010).

«Os trabalhadores deste sector merecem, têm direito e podem viver com mais qualidade de vida» e os sindicatos «tudo irão fazer para concretizar estes objectivos o mais rápido possível».

No sector do calçado, realizou-se uma reunião no dia 5, com a Appicaps, mas a associação patronal voltou a não apresentar qualquer contraproposta salarial, alegando que não há publicação de portarias de extensão, para que o eventual acordo seja aplicado também nas empresas não filiadas. Uma nova reunião ficou marcada para 14 de Março, disse à agência Lusa um dirigente da Fesete. Henrique Meira assinalou que o Governo impõe a não publicação das portarias de extensão e as associações patronais usam essa decisão em seu proveito.