«A Eco­lo­jovem», or­ga­ni­zação de ju­ven­tude do Par­tido Eco­lo­gista «Os Verdes», es­teve reu­nida, no dia 23, no Porto, para de­bater as vá­rias ques­tões que afectam a ju­ven­tude, no­me­a­da­mente os ele­vados ní­veis de de­sem­prego: dados re­cen­te­mente di­vul­gados pelo Ins­ti­tuto Na­ci­onal de Es­ta­tís­ticas apontam para va­lores de 40 por cento, atin­gindo 165 mil pes­soas entre os 15 e os 24 anos.

De­nun­ci­ando a in­ca­pa­ci­dade do Pro­grama «Im­pulso Jovem», que «em nada re­solve os pro­blemas sen­tidos», os jo­vens eco­lo­gistas de­fen­deram, em con­tra­par­tida, «in­ves­ti­mento pú­blico que di­na­mize o sector pro­du­tivo na­ci­onal», «apoio às pe­quenas e mé­dias em­presas» e «não me­didas ilu­só­rias to­madas “avulso”, e que apenas pro­movem a pre­ca­ri­e­dade e os baixos sa­lá­rios».

Na sua reu­nião, «A Eco­lo­jovem» de­bateu ainda o es­tado da Edu­cação, que tem vindo a «ser alvo de ata­ques por parte dos su­ces­sivos go­vernos, cujas po­lí­ticas apenas se têm tra­du­zido em cortes con­se­cu­tivos, nos vá­rios ní­veis de en­sino, desde o pré-es­colar ao Su­pe­rior, no­me­a­da­mente com a cons­ti­tuição dos agru­pa­mentos e mega-agru­pa­mentos, que levam ao des­pe­di­mento de pro­fes­sores e pro­fis­si­o­nais de edu­cação, au­men­tando as di­fi­cul­dades e custos para alunos e pais, dando con­ti­nui­dade à ofen­siva contra a es­cola pú­blica».

Re­la­ti­va­mente ao En­sino Su­pe­rior, os jo­vens eco­lo­gistas con­si­deram «grave» o «atraso no pa­ga­mento das bolsas de es­tudo», assim como a ne­ces­si­dade, por parte dos es­tu­dantes, de «con­tracção de em­prés­timos para a con­clusão dos es­tudos».

Os eco­lo­gistas con­de­naram, de igual forma, as al­te­ra­ções ao Es­ta­tuto do Tra­ba­lhador-Es­tu­dante, no âm­bito do Có­digo do Tra­balho, que, con­jun­ta­mente com a si­tu­ação eco­nó­mica, «tem le­vado à de­sis­tência de muitos es­tu­dantes do En­sino Su­pe­rior, au­men­tando desta forma a taxa de aban­dono e in­su­cesso es­colar», e a pri­va­ti­zação das can­tinas pú­blicas, o que «tem re­du­zido a quan­ti­dade e qua­li­dade das re­fei­ções es­co­lares, quando há alunos que apenas fazem uma única re­feição diária».

Outra das ques­tões que es­teve em de­bate foi as al­te­ra­ções à Lei do As­so­ci­a­ti­vismo Ju­venil, bem como o re­cente anúncio do mi­nistro dos As­suntos Par­la­men­tares de con­ces­si­onar a Rede de Pou­sadas da Ju­ven­tude, me­dida que a «Eco­lo­jovem» con­dena, «pois vai li­mitar o acesso dos jo­vens ao usu­fruto destes equi­pa­mentos por um preço aces­sível».