Marelys Perez *

Construir a alternativa

O pre­si­dente Hugo Chávez pro­curou en­qua­drar a re­vo­lução bo­li­va­riana, de cariz anti-im­pe­ri­a­lista e agora também an­ti­ca­pi­ta­lista, com as di­versas cor­rentes po­lí­ticas in­ter­na­ci­o­nais que co­mungam desses ob­jec­tivos. Este prin­cípio pos­si­bi­lita que o Par­tido So­ci­a­lista Unida da Ve­ne­zuela, que é um par­tido jovem, vá es­ta­be­le­cendo re­la­ções com di­versos par­tidos co­mu­nistas e so­ci­a­listas. Trata-se, no fundo, de apro­fundar o de­bate sobre a al­ter­na­tiva so­ci­a­lista, pro­jecto que nós vamos cons­truindo e aper­fei­ço­ando com o nosso povo e tendo em conta as par­ti­cu­la­ri­dades la­tinoa-ame­ri­canas e a nossa re­a­li­dade, mas sem nunca es­quecer a ampla troca de opi­niões e ex­pe­ri­ên­cias ao nível in­ter­na­ci­onal. É neste con­texto que se en­quadra a nossa par­ti­ci­pação no vosso Con­gresso.

A par­ti­ci­pação po­pular na re­vo­lução bo­li­va­riana tem sido de­ter­mi­nante. O povo ve­ne­zu­e­lano tem sido, de facto, o prin­cipal pro­ta­go­nista do pro­cesso em curso. Desde logo porque der­rotou as vá­rias ten­ta­tivas gol­pistas, ga­nhando cons­ci­ência da sua força e dos ad­ver­sá­rios que de­fronta. Mas também nas su­ces­sivas vi­tó­rias elei­to­rais bo­li­va­ri­anas, ob­tidas, su­blinhe-se, no quadro de uma de­mo­cracia re­pre­sen­ta­tiva bur­guesa e no con­texto da qual en­fren­támos e der­ro­támos nas urnas a velha oli­gar­quia que sempre do­minou o país e os votos, e que mantém os vín­culos e apoio do im­pe­ri­a­lismo.

Tal é ní­tido, também pelo avanço re­gis­tado com a cons­ti­tuição dos con­se­lhos co­mu­nais, es­paços de de­cisão e com­pro­misso com a re­vo­lução bo­li­va­riana, de ama­du­re­ci­mento po­lí­tico e ide­o­ló­gico, de in­ter­venção con­creta em todos e mo­mentos e as ba­ta­lhas cen­trais da con­so­li­dação do nosso pro­jecto trans­for­mador, cujo ob­jec­tivo as­su­mido é cons­trução do so­ci­a­lismo.

Im­porta ainda re­levar o papel da Ve­ne­zuela bo­li­va­riana no plano da in­te­gração re­gi­onal, um ca­minho per­cor­rido com a cons­ti­tuição da ALBA, da UNASUR, da Pe­tro­ca­ribe, do Banco do Sul, por exemplo, e que cul­mina com a Co­mu­ni­dade de Es­tados La­tino-Ame­ri­canos e Ca­ri­be­nhos (CELAC), es­tru­tura que, pela pri­meira vez na his­tória, junta as na­ções do sub­con­ti­nente em torno da mul­ti­la­te­ra­li­dade, do pro­jecto de Pá­tria Grande como a en­tendia Símon Bo­lívar, sem o do­mínio dos EUA e Ca­nadá.

* De­pu­tada do PSUV no Par­la­tino



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