Exigência do PCP face ao agravar dos problemas

Demissão e eleições

A exigência de demissão do Governo e a realização de eleições foi reiterada sexta-feira passada pelo líder parlamentar do PCP, depois da conferência de imprensa do ministro das Finanças sobre a 7.ª revisão do chamado programa de ajustamento assinado com a troika.

«Perante este cenário não pode haver nenhuma hesitação em exigir a demissão do Governo e a convocação imediata de eleições, para que se possa romper com este pacto de agressão aos portugueses e ao País que é o memorando da troika», sublinhou Bernardino Soares, em declarações aos jornalistas no Parlamento.

«E quem não estiver com esta prioridade na primeira linha, está a ser cúmplice da política do Governo e a aceitar o caminho de destruição que está em curso», concluiu o presidente do Grupo Parlamentar do PCP, que iniciou a sua declaração expressando o mais profundo repúdio pelo cinismo com que Vítor Gaspar se referiu ao desemprego.

Aludia à circunstância de aquele ter vertido lágrimas de crocodilo ao falar dos que sofrem desse grave infortúnio que é o desemprego e, ao mesmo tempo, «confirmar uma política que vai aumentar o desemprego em sentido lato para mais de um milhão e meio de desempregados».

Uma política, acrescentou, que «corta no subsídio de desemprego e no apoio aos desempregados» e que visa em simultâneo «acentuar o desemprego estrutural para assim poder pressionar os salários e os direitos, atacar ainda mais quem trabalha».

Nesta que foi a primeira reacção do PCP às declarações do titular da pasta das Finanças, Bernardino Soares sublinhou, por outro lado, que «tudo piorou e nada se confirmou em termos das previsões do Governo». Com efeito, verberou, «a recessão é cada vez maior, a situação do País agrava-se cada vez mais e o Governo não aponta nenhuma perspectiva, nenhuma linha política para inverter a situação de recessão económica e de aumento do desemprego».

Acusou ainda o Governo de querer «tornar permanente o corte na despesa pública», advertindo para as imensas consequências que uma tal medida terá para as funções sociais do Estado, designadamente no plano do apoio às populações. Para Bernardino Soares, o Governo de Passos e Portas quer ainda que «o programa de agressão se eternize, penalizando o País e o povo».

O ministro das Finanças anunciara na conferência de imprensa o aprofundar da recessão para este ano de um por cento para 2,3 por cento e admitiu que a taxa de desemprego supere os 18 por cento, com tendência para aumentar até 2014.



Mais artigos de: Assembleia da República

O divórcio total dos povos

O Governo e os decisores que comandam a União Europeia têm em curso um novo ataque social contra os trabalhadores e os povos.

Um gigante com pés de barro

As Grandes Opções do Conceito Estratégico de Defesa Nacional (CEDF) estão agora no Conselho Superior de Defesa Nacional e no Conselho de Chefes de Estado-Maior para apreciação.

Travão no acesso à Saúde

No final de 2012, comparando com o ano anterior, registou-se uma redução de 7,7% nas consultas presenciais dos cuidados primários (centros de saúde), verificando-se igual quebra nas consultas hospitalares urgentes, enquanto nas consultas nos serviços de...