VAMOS A ISSO!

«É ne­ces­sário, é im­pe­rioso dar mais força à luta e dar mais força ao PCP»

«A luta con­tinua»: eis um grito que, eco­ando por todo o País, passou a fazer parte do dia-a-dia da vida dos por­tu­gueses – um grito que, su­blinhe-se, tem tudo a ver, quer com a im­por­tância de­ci­siva da luta de massas, quer com a in­ter­venção do PCP na vida na­ci­onal, com a sua pro­funda li­gação aos an­seios e as­pi­ra­ções das massas, com o seu papel de­ci­sivo na or­ga­ni­zação e no apoio à luta.

No dia 23, mi­lhares de tra­ba­lha­dores do sector têxtil, des­fi­laram na ci­dade de Gui­ma­rães, num per­curso de quatro qui­ló­me­tros, exi­gindo em­prego, me­lhores sa­lá­rios, uma vida digna – e lá es­tava, a seu lado, so­li­dária, uma de­le­gação do PCP.

No dia 26, foram os tra­ba­lha­dores dos Es­ta­leiros Na­vais de Viana do Cas­telo a vir à rua, em Lisboa, de­fender a em­presa e os seus postos de tra­balho face à sanha pre­da­dora da po­lí­tica das troikas – e lá es­teve, a ex­pressar a sua so­li­da­ri­e­dade con­creta, uma de­le­gação do PCP, com o Se­cre­tário-geral, Je­ró­nimo de Sousa.

No dia se­guinte foi a vez de mi­lhares de jo­vens des­fi­larem em Lisboa, «na Rua para os pôr na rua», exi­gindo um pre­sente que lhes as­se­gure o fu­turo – e lá es­tava, através de uma de­le­gação do PCP, a sempre pre­sente so­li­da­ri­e­dade do co­lec­tivo par­ti­dário co­mu­nista.

En­tre­tanto, a luta pros­se­guia em nu­me­rosas em­presas e sec­tores, em vá­rios casos as­su­mindo ex­pres­sões de rua, num cres­cendo de mo­bi­li­zação pre­nun­ci­ador de grandes e fortes jor­nadas no fu­turo ime­diato – en­quanto se pre­para, com en­tu­si­asmo, a «Marcha Contra o Em­po­bre­ci­mento e o De­sem­prego», or­ga­ni­zada pela CGTP-IN, que par­tirá de Braga e da Guarda a 6 de Abril e che­gará a Lisboa no dia 13. E os co­mu­nistas lá es­tarão in­ter­ve­ni­entes e so­li­dá­rios, ocu­pando o lugar que lhes com­pete en­quanto mi­li­tantes do par­tido da classe ope­rária e de todos os tra­ba­lha­dores.

Tudo a con­firmar que, de facto, a luta con­tinua e que cresce nas massas tra­ba­lha­doras a cons­ci­ência da im­por­tância de­ter­mi­nante da luta or­ga­ni­zada como único ca­minho para der­rotar a po­lí­tica e o go­verno das troikas e impor a al­ter­na­tiva pa­trió­tica e de es­querda.

Tudo a con­firmar, também, que na luta que travam pelos seus di­reitos e in­te­resses, os tra­ba­lha­dores têm sempre – sempre, sempre! – a seu lado, o seu Par­tido.

 

«Os par­tidos são todos iguais»: eis uma men­tira que, nos dias de hoje, à custa de muito re­pe­tida, tende a ins­talar-se nas me­mó­rias como ver­dade in­con­tes­tável e in­con­tes­tada.

Bas­taria o que acima se disse sobre o papel cru­cial – e sin­gular – do PCP na or­ga­ni­zação e na con­cre­ti­zação das lutas dos tra­ba­lha­dores e das po­pu­la­ções, para mos­trar quanta fal­si­dade existe em tal afir­mação.

Mas os exem­plos es­pe­lhando a di­fe­rença entre o PCP e a ge­ne­ra­li­dade dos res­tantes par­tidos – esses, sim, em regra todos iguais no es­sen­cial – são muitos e vêm de longe, con­cre­ta­mente desde o dia 6 de Março de 1921, data da sua fun­dação e da pro­cla­mação do seu ob­jec­tivo su­premo – a cons­trução de uma so­ci­e­dade sem ex­plo­rados nem ex­plo­ra­dores – que o afir­mava, desde logo, di­fe­rente de todos os ou­tros. Uma di­fe­rença exem­pli­fi­cada na prá­tica, poucos anos pas­sados, quando o di­tador Sa­lazar or­denou a todos os par­tidos que se auto-dis­sol­vessem, e todos obe­de­ceram… à ex­cepção do PCP que, di­fe­rente de todos pelo seu pro­jecto, pela sua na­tu­reza de classe, pela sua prá­tica, pela sua co­e­rência, fez o que só ele podia fazer: re­sistiu, optou pela clan­des­ti­ni­dade, com a cons­ci­ência plena das con­sequên­cias de tal opção. E assim foi ao longo dos tempos, até Abril e à Re­vo­lução e, de­pois disso, ao longo destes trinta e sete anos de contra-re­vo­lução: sempre, sempre na pri­meira fila da luta; sempre, sempre a afirmar a sua sin­gu­la­ri­dade no quadro par­ti­dário na­ci­onal; sempre, sempre a mos­trar que é di­fe­rente dos que são todos iguais.

 

«É ur­gente mudar de Go­verno»: eis outra afir­mação que per­corre o País e é pro­fun­da­mente sen­tida pela imensa mai­oria dos por­tu­gueses.

É, é ur­gente mudar de Go­verno, mas não chega: como o PCP diz e de­monstra é pre­ciso mudar também de po­lí­tica. Mos­tram os factos que, desde 1976 até hoje, já lá vão quase duas de­zenas de go­vernos e, porque todos eles fi­zeram no es­sen­cial a mesma po­lí­tica de di­reita, não só não re­sol­veram ne­nhum dos pro­blemas do País como os agra­varam a todos, cada go­verno indo mais longe que o an­te­rior no ca­minho do agra­va­mento das con­di­ções de tra­balho e de vida dos por­tu­gueses e no afun­da­mento de Por­tugal.

E, também como diz e de­monstra o PCP, há uma al­ter­na­tiva a estes go­vernos, o ac­tual in­cluído, e à po­lí­tica de di­reita e an­ti­pa­trió­tica por eles re­a­li­zada: um go­verno com­posto por gente pa­trió­tica e de es­querda, capaz de im­ple­mentar uma po­lí­tica pa­trió­tica e de es­querda. É essa a pro­posta do PCP e é essa a única al­ter­na­tiva à po­lí­tica das troikas, à po­lí­tica de de­sastre na­ci­onal que con­duziu o País à si­tu­ação dra­má­tica em que se en­contra.

Para con­cre­tizar essa al­ter­na­tiva é ne­ces­sário, é im­pe­rioso, dar mais força à luta e dar mais força ao PCP.

Vamos a isso, então. Ou seja: vamos dar maior di­mensão e am­pli­tude à con­cre­ti­zação da pa­lavra de ordem «a luta con­tinua!» – a pa­lavra-passe para abrir todas as portas por mais tran­cadas que es­tejam; e vamos dar mais força ao PCP – tendo sempre pre­sente que os par­tidos não são todos iguais e que o PCP, pelo seu pro­jecto e por um con­junto de ou­tras ca­rac­te­rís­ticas es­sen­ciais que o tornam di­fe­rente de todos os ou­tros par­tidos, é uma força in­dis­pen­sável para a con­cre­ti­zação da po­lí­tica ne­ces­sária, da po­lí­tica que, sempre tendo a in­de­pen­dência na­ci­onal como re­fe­rência fun­da­mental, há-de ini­ciar a ca­mi­nhada rumo a um fu­turo de pro­gresso, de­sen­vol­vi­mento e jus­tiça so­cial.