Três sondagens, um resultado
Hinterlaces, Ivad e Dataincorp, três empresas de sondagens, acabam de divulgar os resultados das suas medições mais recentes. Todas trazem más notícias para o candidato do fascismo venezuelano.
O comportamento de Capriles é cada vez mais inquientante
Um novo trabalho de campo de Hinterlaces, datado de 23 de Março, prognostica que Nicolás Maduro obteria 55 por cento dos votos ou seja 20 pontos acima de Henrique Capriles Radonski, o menino mimado da direita venezuelana e dos seus chefes em Washington, que a estas horas devem estar a lamentar o destino do investimento de vários milhões de dólares feito até ao momento. Os números que acabamos de citar referem-se ao que tecnicamente se denomina «intenção de voto». Contudo, 61 por cento do mesmo universo, quando perguntado «quem pensa que ganhará as eleições?», responde que a vitória corresponderá ao representante do chavismo. Capriles fica lá longe com 22 por cento.
Ivad, num estudo feito entre 12 e 18 do mesmo mês, oferece resultados que apontam na direcção de uma vitória contundente do campo bolivariano no dia 14 de Abril (53,8 por cento). Quase 54 por cento dos inquiridos pensa que o candidato do chavismo triunfará sobre o representante da direita fascista, entre outras razões porque Maduro é quem garante uma maior estabilidade do país. Entende-se, então, que 58,6 por cento dos consultados esteja de acordo com a sua designação como candidato das forças progressistas e anti-imperialistas. O universo desta sondagem, quando convidado a avaliar a gestão do governo de Hugo Chávez, fá-lo positivamente a um nível de 84 por cento.
Se analisarmos os números da empresa Dataincorp, eles não podem arrancar mais do que um sorriso amarelo ao empresário Capriles. A informação corresponde ao período que vai de 15 a 18 de Março e fala de uma intenção de voto de 43 por cento para Maduro e um acumulado de 24 por cento para a aliança dos vários partidos que apoiam Capriles.
Como resposta à pergunta «quem pensa que ganhará as eleições?», 61 por cento opina que será Maduro e 26 por cento que o vencedor será Capriles. São «só» 35 pontos de diferença!
Que fazer com uma nova derrota?
Perante um panorama eleitoral que pode ser pior que o de 7 de Outubro quando o seu candidato ficou a 12 pontos de Hugo Chávez, esta é, sem dúvida, a pergunta que martela a cabeça dos ideólogos da direita venezuelana apostados na desestabilização do país. Dar um pontapé na mesa antes das eleições? Ir até ao fim para desconhecer «oportunamente» os resultados que anuncie o CNE? Um CNE que, na voz da reacção, é bom para as primárias que definiram o candidato da oposição, para dar como válida a eleição de vários deputados da direita, para anunciar a vitória de três governadores anti-chavistas, mas sempre «tendencioso» quando o triunfo não é do seu gosto?
O comportamento do candidato Capriles é cada vez mais inquietante. Vai de provocação em provocação. De mentira em mentira. Não esqueçamos que, no golpe de Abril de 2002, fez algo a que nem Pinochet se atreveu: escalar um muro da embaixada de Cuba para «ver se ali havia chavistas asilados». Este comportamento em quem é advogado só é entendível tendo presente a sua formação fascista. O seu partido – Primeiro Justiça – não só nasce ligado a um processo de corrupção na empresa petrolífera nacional nos tempos da IV República, como é apoiado financeiramente pela (NED), National Endowment for Democracy, uma instituição formada para salvar a cara da CIA. Quem o diz é Allen Weistein, ideólogo da NED: «...muito do que fazemos hoje já o fazia a CIA de maneira encoberta há 25 anos». Não está suficientemente cristalino? Vejamos o que afirma Carl Gersham, primeiro presidente da NED: «Seria terrível para os grupos democráticos do mundo inteiro serem vistos como subvencionados pela CIA. Vimos isso nos anos 60 e por essa razão acabámos com isso. Porque não podíamos continuar a fazê-lo criou-se (a NED).»
Para as suas campanhas de provocação e mentira, Capriles conta com a maioria os media nacionais e internacionais, que fazem da amoralidade o seu dia a dia. Recentemente, El Nacional – agora rebatizado El Nazional – colocou na primeira página esta frase de Maduro: «A sangue e fogo cumpriremos com Chávez!» Este atiçar do fogo é parte do quotidiano. Só que a frase não é de Maduro, mas isso só aparece esclarecido nas páginas interiores do jornal. Entretanto, passo a passo, a direita não cessa na sua tentativa de criar um clima de violência, que conduza a uma situação onde se possa «justificar uma intervenção estrangeira (norte-americana) humanitária» tipo Líbia...