Mais do que um Programa

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Es­crever sobre a Re­vo­lução de Abril, as suas con­quistas e o papel dos co­mu­nistas e do seu Par­tido neste exal­tante e lu­mi­noso mo­mento da his­tória na­ci­onal obriga a que re­cu­emos nove anos, ao Pro­grama do PCP para a Re­vo­lução De­mo­crá­tica e Na­ci­onal, apro­vado no VI Con­gresso. É que nesse Pro­grama cons­tavam oito pontos, cor­res­pon­dentes a ou­tros tantos ob­jec­tivos cen­trais da re­vo­lução por­tu­guesa, que dei­xavam bem claro o seu ca­rácter an­ti­mo­no­po­lista, an­ti­la­ti­fun­dista e anti-im­pe­ri­a­lista:

- Des­truir o Es­tado fas­cista e ins­taurar um re­gime de­mo­crá­tico;

- Li­quidar o poder dos mo­no­pó­lios e pro­mover o de­sen­vol­vi­mento eco­nó­mico geral;

- Re­a­lizar a Re­forma Agrária, en­tre­gando a terra a quem a tra­balha;

- Elevar o nível de vida das classes tra­ba­lha­doras e do povo em geral;

- De­mo­cra­tizar a ins­trução e a cul­tura;

-Li­bertar Por­tugal do im­pe­ri­a­lismo;

- Re­co­nhecer e as­se­gurar aos povos das co­ló­nias por­tu­guesas e di­reito à ime­diata in­de­pen­dência;

- Se­guir uma po­lí­tica de paz e ami­zade com todos os povos.

A se­me­lhança entre estes pontos – pro­postos, nunca é de­mais lem­brar, em 1965 – e o que foi efec­ti­va­mente con­cre­ti­zado, ou pelo menos en­ce­tado, num ano e meio de re­vo­lução não deixa de ser im­pres­si­o­nante. E re­ve­lador. 



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Nin­guém re­flectiu mais pro­fun­da­mente sobre as con­quistas da Re­vo­lução de Abril do que Álvaro Cu­nhal que, em obras tão sig­ni­fi­ca­tivas como «A Re­vo­lução Por­tu­guesa – o Pas­sado e o Fu­turo» ou «A Ver­dade e a Men­tira na Re­vo­lução de Abril – a contra-re­vo­lução con­fessa-se», ana­lisou a sua ex­tensão, o seu sig­ni­fi­cado, o seu sen­tido de fu­turo. Mas não se li­mitou apenas a pensar sobre estas con­quistas: en­quanto Se­cre­tário-geral do Par­tido Co­mu­nista Por­tu­guês, o grande par­tido da Re­vo­lução de Abril, foi ele pró­prio um des­ta­cado pro­ta­go­nista dessas trans­for­ma­ções, que mu­daram por com­pleto a face do País, apon­tando-o ao so­ci­a­lismo.

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