Em vez de falar no aumento da idade de reforma para os 66 anos, o Governo deveria iniciar a discussão com os sindicatos com vista à sua diminuição, para todos os trabalhadores, mas em particular para os motoristas profissionais de pesados de passageiros e mercadorias – defenderam a Federação dos Transportes e Comunicações, o STAL e o STML. Numa carta-aberta ao primeiro-ministro, subscrita pelas três estruturas da CGTP-IN e divulgada dia 8, defende-se que «a sustentabilidade da Segurança Social não passa pelo aumento da idade da reforma dos trabalhadores». No caso dos motoristas de pesados, desde o combate contra o Decreto-lei 187/2007 (que alterou a fórmula de cálculo do valor das pensões e introduziu o «factor de sustentabilidade») foi salientado que estes profissionais estão impedidos de prolongar a sua vida activa, até por imposição legal, já que a sua carta de condução caduca aos 65 anos.
O Sindicato dos Enfermeiros Portugueses garantiu que medidas como o aumento do horário de trabalho e do tempo para a aposentação, a concretizarem-se, terão forte contestação da classe, pois trata-se de uma profissão de risco e penosidade, havendo uma convenção da OIT, subscrita por Portugal, que determina um horário não superior a 36 horas semanais. Desde 1981, vigoram as 35 horas semanais, exigindo-se que este seja o horário também dos enfermeiros em contrato individual de trabalho nos hospitais EPE. O SEP/CGTP-IN cita estudos que evidenciam que, em média, os enfermeiros não atingem 65 anos de idade, para assinalar que «tão pouco terão condições para cuidar de outros».