Protesto unitário junta 100 mil pessoas em Roma

Italianos exigem mudança real

Cerca de 100 mil pes­soas ma­ni­fes­taram-se no sá­bado, 22, em Roma, re­cla­mando me­didas para sair da crise, numa jor­nada pro­mo­vida pelas três mai­ores con­fe­de­ra­ções sin­di­cais.

CGIL, CISL e UIL re­clamam mu­dança de po­lí­ticas

Pela pri­meira vez na úl­tima dé­cada, as três prin­ci­pais con­fe­de­ra­ções sin­di­cais ita­li­anas (CGIL, CISL e UIL) uniram-se numa grande jor­nada na­ci­onal para exigir ao go­verno me­didas efi­cazes de com­bate ao de­sem­prego e uma fis­ca­li­dade mais justa para quem tra­balha.

No des­file não faltou o se­cre­tário-geral do Par­tido De­mo­crá­tico, Gu­gli­elmo Epi­fani (ex-líder da CGIL), que veio de­clarar que «o PD está ao lado dos tra­ba­lha­dores», apesar de o ac­tual go­verno de co­li­gação ser pre­si­dido por um di­ri­gente do seu par­tido, En­rico Letta.

A po­sição dúbia do PD não passou des­per­ce­bida. Ao mesmo tempo que na rua afirma estar ao lado dos tra­ba­lha­dores, no go­verno con­certa po­lí­ticas anti-so­ciais com o Povo da Li­ber­dade (PDL), de Sílvio Ber­lus­coni, sob ame­aças cons­tantes de quebra da co­li­gação.

A ma­ni­fes­tação partiu da Praça da Re­pú­blica em dois des­files que con­ver­giram na Praça de S. João de La­trão. Nos car­tazes e faixas as men­sa­gens mais fre­quentes eram «Não à aus­te­ri­dade» e «Em luta pelo tra­balho».

No apelo comum das três con­fe­de­ra­ções sa­li­enta-se que «não há tempo a perder. É ur­gente que o em­prego seja co­lo­cado no centro das op­ções po­lí­ticas e eco­nó­micas. O in­ves­ti­mento, a re­dis­tri­buição dos ren­di­mentos e a re­cu­pe­ração do con­sumo cons­ti­tuem con­di­ções in­dis­pen­sá­veis para apoiar a eco­nomia».

Este foi igual­mente o sen­tido geral das in­ter­ven­ções dos três lí­deres sin­di­cais. Su­sanna Ca­musso, da CGIL (centro-es­querda), prin­cipal con­fe­de­ração sin­dical ita­liana, su­bli­nhou que «o país pre­cisa de res­postas ur­gentes para sair da crise». E a pri­meira delas é «o alívio fiscal a favor dos tra­ba­lha­dores e dos re­for­mados para es­ti­mular o con­sumo e a pro­dução».

«Es­tamos can­sados de pa­la­vras bo­nitas. Não basta enu­merar os pro­blemas, os go­vernos existem para os re­solver», disse por seu lado, Luigi An­ge­letti, da UIL (re­for­mista).

Já Raf­faele Bo­nanni, líder da CISL (ca­tó­lica) con­si­derou que o país está em de­clínio en­quanto «a classe po­lí­tica perde tempo com que­relas». E exortou o chefe do go­verno a ter «mais co­ragem».

En­rico Letta, chefe do go­verno desde há dois meses, ga­rante que o de­sem­prego está no centro das suas pre­o­cu­pa­ções. Porém o nú­mero de de­sem­pre­gados já re­pre­senta 12 por cento da po­pu­lação ac­tiva, ele­vando-se para 40,5 por cento na ca­mada etária entre os 15 e os 24 anos.

Em re­cessão desde 2011, a eco­nomia tran­sal­pina não dá si­nais de re­a­ni­mação, agra­vando as contas pú­blicas e a dí­vida do país que su­pera os 120 por cento do Pro­duto In­terno Bruto. 



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