AS TAREFAS DOS COMUNISTAS

«Como se estes meses de Verão não fossem época de fé­rias...»

Em tempo de fé­rias, o co­lec­tivo par­ti­dário co­mu­nista pros­segue a sua ac­ti­vi­dade, in­ter­vindo em todas as frentes que a ac­tual si­tu­ação exige. E de tal forma o faz que até pa­rece ter trans­for­mado em pos­sível o que im­pos­sível pa­recia: au­mentar e in­ten­si­ficar a sua in­ter­venção mi­li­tante, estar em todas – e sempre na linha da frente – como se estes meses de Verão não fossem época de fé­rias…

Mas é assim a mi­li­tância co­mu­nista, esta mi­li­tância feita da en­trega total, em todos os mo­mentos e em todas as cir­cuns­tân­cias, à luta pelos ob­jec­tivos do Par­tido; esta mi­li­tância sempre iden­ti­fi­cada com os an­seios e as­pi­ra­ções dos tra­ba­lha­dores e do povo e que dessa iden­ti­fi­cação faz uma fonte de força es­sen­cial; esta mi­li­tância que, nas­cida há no­venta e dois anos, en­frentou e venceu a re­pressão e a opressão fas­cistas, foi van­guarda no avanço para as his­tó­ricas con­quistas da re­vo­lução de Abril, e tem cons­ti­tuído o prin­cipal obs­tá­culo à con­cre­ti­zação plena dos ob­jec­tivos dos par­tidos da po­lí­tica de di­reita, PS, PSD e CD; esta mi­li­tância única, in­com­pa­rável, porque trans­porta con­sigo a força in­des­tru­tível do mais belo, do mais pro­gres­sista, do mais hu­mano de todos os ideais: o ideal co­mu­nista.

Não são poucas, nem de fácil exe­cução, as ta­refas dos co­mu­nistas no mo­mento ac­tual - a co­meçar por aquela que tem como ob­jec­tivo der­rotar a po­lí­tica de di­reita ge­ra­dora de uma si­tu­ação para os tra­ba­lha­dores e para o povo que só tem pa­ra­lelo com a si­tu­ação exis­tente no tempo do fas­cismo - e con­quistar a po­lí­tica pa­trió­tica e de es­querda que, ins­pi­rada nos va­lores de Abril, é in­dis­pen­sável à de­fesa dos in­te­resses dos tra­ba­lha­dores, do povo e de Por­tugal. Con­quistar tal ob­jec­tivo é ta­refa tanto mais ur­gente quanto, como a re­a­li­dade nos mostra, o go­verno Passos/​Portas – apoiado pelo Pre­si­dente da Re­pú­blica - in­ten­si­fica todos os dias a sua ofen­siva contra os di­reitos dos tra­ba­lha­dores e do povo, es­pa­lhando o de­sem­prego, a po­breza, a mi­séria, a fome.

Trata-se, com é sa­bido, de uma ta­refa di­fícil e que, dado o poder de que dis­põem as duas troikas a fun­ci­onar em ser­viço com­bi­nado, vai con­ti­nuar a exigir muita luta, muita de­ter­mi­nação, muita per­se­ve­rança.

Mas, como afirmou o Se­cre­tário-geral do PCP, no de­bate em torno da moção de con­fi­ança, di­ri­gindo-se aos res­pon­sá­veis pelo es­tado a que o País chegou, «de­more o tempo que de­morar, o povo por­tu­guês aca­bará por impor a vossa der­rota».

Outra ta­refa a que o co­lec­tivo co­mu­nista deitou mãos nos úl­timos tempos – e que ter­minou no pas­sado fim-de-se­mana – foi a da for­mação das listas da CDU às elei­ções au­tár­quicas. Tratou-se de um tra­balho que en­volveu mi­lhares de ca­ma­radas e amigos no con­tacto com os po­ten­ciais can­di­datos: mi­li­tantes co­mu­nistas, mem­bros do PEV e da ID e ci­da­dãos in­de­pen­dentes, ho­mens, mu­lheres e jo­vens que re­pre­sen­tarão a CDU nas pró­ximas elei­ções, as­su­mindo o com­pro­misso com um pro­jecto au­tár­quico de ca­rac­te­rís­ticas sin­gu­lares – um pro­jecto que, sus­ten­tado nos va­lores do tra­balho, da ho­nes­ti­dade e da com­pe­tência, tem a de­fesa dos in­te­resses das po­pu­la­ções como sua re­fe­rência maior.

Tratou-se de um tra­balho que, muito pro­va­vel­mente, fará com que, nas elei­ções de 29 de Se­tembro, a CDU con­corra a mais ór­gãos au­tár­quicos e num es­paço maior do ter­ri­tório, do que nas elei­ções an­te­ri­ores - e, como tudo in­dica, re­for­çará con­si­de­ra­vel­mente as suas po­si­ções.

Tarefa que com­porta exi­gên­cias em nada in­fe­ri­ores às acima re­fe­ridas, e que tem mo­bi­li­zado mi­lhares de mi­li­tantes e amigos do Par­tido, é a da cons­trução da Festa do Avante.

Com efeito, cons­truir uma ci­dade que du­rante três dias irá aco­lher mi­lhares e mi­lhares de vi­si­tantes - ho­mens, mu­lheres, jo­vens, cri­anças, bebés… - é coisa que im­plica muito tra­balho, muitos es­forços - muita mi­li­tância, enfim. E para isso lá estão, desde fi­nais de Junho, os que, com o seu tra­balho vo­lun­tário e num am­bi­ente de fra­ter­ni­dade e ca­ma­ra­dagem, em muitos casos pas­sando ali as suas fé­rias, são os cons­tru­tores dessa ci­dade do fu­turo. Ao mesmo tempo, é ne­ces­sário cons­truir a vida dessa ci­dade – e para isso, ai estão, por todo o País, ou­tros cons­tru­tores da Festa: os que pre­param as ex­po­si­ções e os de­bates, abor­dando os mais di­versos temas; os que or­ga­nizam e di­rigem os es­pec­tá­culos que ocor­rerão nas múl­ti­plos palcos da Festa; os que as­se­guram o re­cheio dos pa­vi­lhões, ga­ran­tindo uma di­ver­si­dade de pro­dutos re­pre­sen­ta­tiva do que de me­lhor se produz nas vá­rias re­giões do País; os que or­ga­nizam os turnos que irão as­se­gurar o bom fun­ci­o­na­mento da Festa du­rante os três dias da sua du­ração: portas, bi­lhe­teiras, pa­vi­lhões, for­ne­ci­mentos, posto mé­dico, se­gu­rança, lim­peza, etc, etc; os que, nas di­versas or­ga­ni­za­ções re­gi­o­nais di­vulgam a Festa, or­ga­nizam as ex­cur­sões e vendem as en­tradas per­ma­nentes, fonte de re­ceita fun­da­mental.

Não es­que­cendo que a Festa deste ano tem como tema cen­tral o Cen­te­nário do nas­ci­mento do ca­ma­rada Álvaro Cu­nhal e que, em todo o belo re­cinto da Ata­laia, es­tarão pre­sentes a obra, o pen­sa­mento, o exemplo da­quele que foi o de­ci­sivo cons­trutor dessa obra ad­mi­rável que é o Par­tido Co­mu­nista Por­tu­guês.

E é o tra­balho de todos esses cons­tru­tores da Festa; o ca­rácter vo­lun­tário desse tra­balho; e o am­bi­ente de fra­ter­ni­dade, so­li­da­ri­e­dade, ca­ma­ra­dagem e ami­zade em que é de­sen­vol­vido, que ex­plicam o êxito da Festa do Avante, o prazer que pro­por­ciona à mul­tidão de vi­si­tantes, sejam ou não co­mu­nistas, que ali se sentem, du­rante três dias, como se es­ti­vessem em suas casas, com os seus fa­mi­li­ares e amigos – é o con­teúdo desse pro­cesso de cons­trução que faz da Festa do Avante a maior e a mais bela ini­ci­a­tiva po­lí­tica, cul­tural, con­vi­vial re­a­li­zada no nosso País.