A CGTP-IN contrariou a sobrevalorização desta subida de 1,1 por cento e chamou a atenção para outros números contidos na informação do INE. Num comunicado que publicou nessa quarta-feira, a central assinala que a economia caiu dois por cento, no segundo trimestre deste ano, em comparação com o mesmo trimestre de 2012 (depois de ter diminuído 4,1 por cento no primeiro trimestre).
O crescimento do primeiro para o segundo trimestres é explicada por «factores pontuais» e «o principal tem a ver com o aumento das exportações, as quais subiram 6,3 por cento». Mas «este aumento está em parte associado à melhoria das exportações de combustíveis, para o qual teve um grande contributo a entrada em funcionamento de uma nova unidade de refinação da Galp em Sines».
A Intersindical considera que «os dados disponíveis estão longe de representar o fim da recessão», porque «este crescimento pontual não é suficiente para que a economia, no conjunto do ano, cresça». Além disso, «esta melhoria ocorre depois de dez trimestres consecutivos de queda.
O PIB, recorda-se na nota, «começou a cair no terceiro trimestre de 2008, na sequência da crise económica internacional, teve depois um período de crescimento, mas que não assegurou a recuperação completa, a que se seguiu uma quebra acentuada desde o quarto trimestre de 2010». Neste período foi destruído «um volume impressionante de riqueza e de postos de trabalho».
A queda da economia não pode ainda ter fim à vista, «porque as medidas que o Governo pretende continuar e intensificar, nomeadamente os despedimentos na Administração Pública, os cortes nas pensões de reforma e a redução nas funções sociais do Estado, traduzir-se-ão na continuação da queda da procura interna, com consequências no agravamento da recessão».
Para a CGTP-IN, «o estado de definhamento económico, em que a política de direita mergulhou o País, e os impactos sociais, reflectidos num empobrecimento sem precedentes, exigem uma mudança de política», de forma a que o aumento da produção nacional, dos salários e dos rendimentos das famílias passem a ser elementos fundamentais para dinamizar um crescimento económico sustentado. Tal política, reafirma a central, só poderá ser concretizada «com a demissão do Governo e a convocação de eleições, para devolver ao povo o poder de decidir sobre o seu presente e futuro».
Quadro negro no emprego
Também relativamente ao desemprego, os últimos dados do INE mostraram uma evolução positiva, do primeiro para o segundo trimestre de 2013, mas tais números, publicados há duas semanas, devem-se em grande parte à sazonalidade e «estão longe de mostrar uma reversão da situação económica e social». Na altura, a CGTP-IN assinalou que, em termos latos, há um milhão e 400 mil desempregados, mais 74600 do que no mesmo trimestre de 2012. O desemprego jovem atinge uma taxa de 37,1 por cento, com mais 25 mil desempregados do que há um ano e depois de terem saído do País cerca de 142 mil pessoas, com idades entre 15 e 34 anos, levando a uma queda de mais de sete por cento na população activa jovem.