«Solidariedade Internacionalista – Paz, democracia e socialismo» era o lema bem visível no pórtico de entrada do Espaço Internacional, chamando os visitantes da Festa do Avante! ao encontro de quem resiste. E não foram poucos os que o fizeram.
Durante três dias, milhares aproveitaram para ficar a conhecer melhor a situação, luta e objectivos dos partidos comunistas e operários e forças progressistas de vários países que ali tinham pavilhões.
Alguns suscitaram maior curiosidade que outros, exemplo do pavilhão do Partido Comunista Colombiano, onde se procuravam novidades da corrente luta camponesa e de outros sectores sociais, e do processo de paz entre governo e guerrilha; dos pavilhões do Partido Comunista de Cuba e da Associação de Amizade Portugal-Cuba, onde se podia tomar nota da luta pela libertação dos Cinco patriotas condenados injustamente pelos EUA, relembrar as consequências do criminoso bloqueio norte-americano, ou como funciona o sistema político e eleitoral de Cuba e as conquistas do povo cubano em décadas de revolução socialista.
Caso, também, dos pavilhões dos partidos da bacia do Mediterrâneo, onde se pretendia obter, em primeira mão, informações sobre a luta no Estado Espanhol, em Chipre, na Grécia ou em Itália contra a ofensiva do grande capital montado no «cavalo de troika», ou da Turquia, onde se destacavam as movimentações de massas do povo contra o regime e a guerra imperialista que parece avizinhar-se.
Luta que cresce
A ameaça de uma nova aventura belicista dos EUA e da NATO no Médio Oriente esteve, aliás, sempre presente. Na Banca da Paz, militantes comunistas activistas do Conselho Português para a Paz e Cooperação não tiveram mãos a medir na mobilização para a luta contra a agressão à Síria, percorrendo mesmo o Espaço a distribuir um boletim.
Iniciativa semelhante, noutro plano, tiveram os eleitos do PCP no Parlamento Europeu, que distribuíram um jornal presta-contas a dar nota do trabalho realizado, das posições e propostas dos comunistas portugueses. «Não à Europa do grande capital. Por uma Europa dos trabalhadores e dos povos», lia-se num dos murais do Espaço Internacional, consigna que, a par da batalha de esclarecimento que já começou, estrutura a intervenção nas eleições europeias de 2014.
Um ataque norte-americano e da NATO à Síria inquieta, de facto. O imperialismo procura nas guerras de saque e dominação dos povos uma saída para a crise capitalista. Aposta na corrida aos armamentos e na chantagem nuclear, ameaça com um escudo anti-míssil, procura recolonizar África e conduzir aos seus interesses os levantamentos dos povos árabes, como, aliás, se denunciava nos murais espalhados pelo Espaço Internacional.
Mas não se julgue que imperou o medo e a desesperança. Pelo contrário. Foi a confiança que mais ordenou, bem como a certeza de que na luta de massas em defesa da soberania dos povos, e pela concretização de transformações democráticas, progressistas e revolucionárias, reside o caminho.
Exemplos disso mesmo estavam patentes na exposição central do Espaço Internacional, à qual raros foram os que ficaram indiferentes. Eram dezenas de fotografias de lutas desenvolvidas a confirmá-lo. E claro, também em Portugal. Tudo a mostrar que existe todo um mundo que não desiste, e que cada vez somos mais no combate ao imperialismo, por mudanças antimonopolistas e pelo socialismo.
Militância de classe
Durante três dias, no Espaço Internacional, oportunidade houve, ainda, para provar iguarias e adquirir artesanato das quatro partidas do mundo nos stands assegurados por solidários militantes do PCP e dos partidos e forças irmãs do nosso Partido. Não faltaram saudáveis convívios familiares e de amigos, nem merecidas pausas num espaço impecavelmente limpo, arrumado e funcional em resultado do trabalho de camaradas diligentes, sem os quais o Espaço Internacional (como qualquer outro da nossa Festa), não seria o que é.