A CDU AVANÇA

«O voto na CDU é de­ci­sivo para pe­na­lizar a po­lí­tica das troikas e a sua ofen­siva de de­vas­tação so­cial»

O im­pres­si­o­nante êxito da Festa do Avante! con­tinua a marcar, no co­lec­tivo par­ti­dário co­mu­nista, um am­bi­ente de sa­tis­fação pelo dever cum­prido, sendo, ao mesmo tempo, um factor de re­forço do in­cen­tivo e do es­tí­mulo para en­frentar as ba­ta­lhas do mo­mento. Disso nos dá nota a pre­sente edição do nosso jornal, quer vol­tando à Festa através de um con­junto de belas fo­to­gra­fias, quer in­for­mando sobre a in­tensa ac­ti­vi­dade do Par­tido, de­sig­na­da­mente no que res­peita à luta contra a po­lí­tica das troikas e à cam­panha das au­tár­quicas.

E se a Festa do Avante! cons­titui um traço dis­tin­tivo do PCP em re­lação a todos os ou­tros par­tidos na­ci­o­nais – nunca é de­mais su­bli­nhar que ne­nhum outro par­tido tem con­di­ções para er­guer uma ini­ci­a­tiva com tal di­mensão e con­teúdo – também a cam­panha das au­tár­quicas mostra a di­fe­rença entre os que, di­zendo a ver­dade, podem afirmar-se como pro­ta­go­nistas de um pro­jecto sus­ten­tado pelo tra­balho, a ho­nes­ti­dade e a com­pe­tência, e os que nem de perto nem de longe o podem fazer. Aliás, essa sin­gu­la­ri­dade do PCP no quadro par­ti­dário na­ci­onal é vi­sível todos os dias em toda a ac­ti­vi­dade e em todas as po­si­ções as­su­midas pelos co­mu­nistas, a co­meçar pela sua pos­tura de re­sis­tência e com­bate sem tré­guas à po­lí­tica de di­reita que, pra­ti­cada nos úl­timos trinta e sete anos por su­ces­sivos go­vernos PS, PSD, CDS, con­duziu Por­tugal e os por­tu­gueses à trá­gica si­tu­ação ac­tual – um com­bate que vai con­ti­nuar e que terá ex­pressão mas­siva na ma­ni­fes­tação na­ci­onal con­vo­cada pela CGTP-IN para 19 de Ou­tubro.

Sobre a cam­panha das elei­ções au­tár­quicas, grande ba­talha do mo­mento, re­giste-se, em pri­meiro lugar, o em­pe­nha­mento dos ac­ti­vistas da CDU, mem­bros do PCP, do PEV, da ID e in­de­pen­dentes, fa­zendo chegar a mi­lhares e mi­lhares de elei­tores – através do con­tacto di­recto, da re­a­li­zação de múl­ti­plas ini­ci­a­tivas, da dis­tri­buição de do­cu­mentos – as pres­ta­ções de contas dos seus eleitos; as pro­postas dos seus can­di­datos para o pró­ximo man­dato; o com­pro­misso de um exer­cício do poder tendo como re­fe­rên­cias bá­sicas a de­fesa dos in­te­resses das po­pu­la­ções e a prá­tica de uma gestão am­pla­mente par­ti­ci­pada, aberta, de­mo­crá­tica.

Re­giste-se, ainda, a grande re­cep­ti­vi­dade dos elei­tores às pro­postas da CDU, ou­vindo-as e acei­tando-as como pro­postas sé­rias feitas por gente séria, por gente em quem se pode con­fiar sem qual­quer re­ceio de ver traída essa con­fi­ança.

«Quem nos co­nhece sabe que pode contar con­nosco, com o nosso em­pe­nha­mento e a nossa de­di­cação ao ser­viço das po­pu­la­ções e do de­sen­vol­vi­mento», afirmou o Se­cre­tário-geral do PCP numa das muitas ini­ci­a­tivas em que tem vindo a par­ti­cipar de Norte a Sul do País. E tal afir­mação aplica-se tanto aos con­ce­lhos e fre­gue­sias onde a CDU é força mai­o­ri­tária, como àqueles onde está em mi­noria: no pri­meiro caso, as po­pu­la­ções co­nhecem, por dela be­ne­fi­ci­arem, a quan­ti­dade e a qua­li­dade da obra re­a­li­zada pelos eleitos da CDU, mos­trando ali, no poder local, ca­mi­nhos a se­guir no poder cen­tral; no se­gundo caso, são cada vez mais os ho­mens, mu­lheres e jo­vens que re­co­nhecem o papel ne­ces­sário e in­subs­ti­tuível dos eleitos da CDU: o pre­cioso con­tri­buto que dão quando lhes são con­fi­adas res­pon­sa­bi­li­dades; a acção de fis­ca­li­zação, crí­tica e de­núncia de abusos, in­com­pe­tên­cias e ir­re­gu­la­ri­dades; o exemplo de uma prá­tica au­tár­quica de res­peito pelos di­reitos e in­te­resses das po­pu­la­ções.

Tudo isso faz do voto na CDU, em toda a parte, o único se­guro e certo no que res­peita às au­tar­quias lo­cais e à re­so­lução dos pro­blemas das po­pu­la­ções, mas também um voto in­dis­pen­sável e de­ci­sivo para pe­na­lizar a po­lí­tica das troikas e a ofen­siva de de­vas­tação so­cial com que vem fla­ge­lando im­pi­e­do­sa­mente a imensa mai­oria dos por­tu­gueses – e será sempre um voto que dará mais força aos que com­batem essa po­lí­tica e lhe con­tra­põem uma al­ter­na­tiva pa­trió­tica e de es­querda.

Não é pos­sível – e cons­ti­tuiria erro grave – des­ligar esta ba­talha local da si­tu­ação dra­má­tica que se vive no País e das causas e cau­sa­dores dessa si­tu­ação. É pre­ciso não deixar que os par­tidos res­pon­sá­veis pela grave si­tu­ação a que o País chegou, finjam que isso não está em causa nas elei­ções au­tár­quicas e dis­farcem as suas res­pon­sa­bi­li­dades as­so­bi­ando para o lado.

Os can­di­datos au­tár­quicos que re­pre­sentam o PSD e o CDS são os can­di­datos dos par­tidos que, ac­tu­al­mente no go­verno, levam por di­ante uma po­lí­tica que faz chegar o so­fri­mento, o de­ses­pero, a po­breza, a mi­séria e a fome a mi­lhões de por­tu­gueses; que es­condem do elei­to­rado o que já de­ci­diram fazer pas­sadas as elei­ções au­tár­quicas: mais roubos nas pen­sões e re­formas, nos sa­lá­rios, nos di­reitos dos tra­ba­lha­dores, na saúde, na edu­cação; mais de­sem­prego para mi­lhares de tra­ba­lha­dores da Ad­mi­nis­tração Pú­blica; e que, numa pos­tura hu­mi­lhante – as­su­mida igual­mente pelo Pre­si­dente da Re­pú­blica – apelam à «sen­si­bi­li­dade» e à «bon­dade» da troika ocu­pante…

Também no que res­peita às can­di­da­turas au­tár­quicas do PS, há que ter pre­sente que elas re­pre­sentam um par­tido car­re­gado de res­pon­sa­bi­li­dades nesta si­tu­ação – e que, no mo­mento ac­tual, in­di­fe­rente aos dramas vi­vidos por mi­lhões de por­tu­gueses, de­fende a con­ti­nu­ação deste Go­verno e a sua acção de de­vas­tação so­cial até 2015…

É tudo isto que está em causa no dia 29 e que os elei­tores não po­derão deixar de ter em conta no mo­mento do voto.

É para tudo isto que os ac­ti­vistas da CDU alertam o elei­to­rado, com uma cam­panha cheia de força e di­na­mismo, jus­ta­mente con­fi­antes no re­forço da sua in­fluência no pró­ximo dia 29 – um re­forço que dará mais força ao poder local e à luta para pôr termo à po­lí­tica das troikas e às suas mal­fei­to­rias.