Chile

Springsteen canta por Jara

O Chile ho­me­na­geou, esta se­mana, o cantor Victor Jara, as­sas­si­nado há 40 anos pela di­ta­dura de Pi­no­chet, num con­certo re­a­li­zado em San­tiago do Chile que teve a pre­sença de vá­rios can­tores, entre os quais, um dos mais em­ble­má­ticos in­ter­pretes da mú­sica norte-ame­ri­cana, Bruce Springs­teen. O «Boss» como é co­nhe­cido, en­cerrou o seu con­certo com um tema de Victor Jara, «Ma­ni­festo», um tema es­crito pelo cantor chi­leno as­sas­si­nado pelos mi­li­tares de Pi­no­chet, quando, ainda antes do golpe de Es­tado, o Chile se batia contra a sa­bo­tagem eco­nó­mica or­ga­ni­zada pelos ini­migos do go­verno so­ci­a­lista de Sal­vador Al­lende.

Victor Jara, preso após o golpe de Es­tado do di­tador Au­gusto Pi­no­chet, golpe apoiado pelos EUA, em 11 de Se­tembro de 1973, foi de­tido na Uni­ver­si­dade e le­vado, jun­ta­mente com ou­tros es­tu­dantes e pro­fes­sores, para o Es­tádio do Chile, que agora tem o seu nome. Tor­tu­rado – as suas mãos foram es­ma­gadas por co­ro­nhadas dos sol­dados de Pi­no­chet, como se cons­tatou após a exu­mação do seu corpo – e de­pois as­sas­si­nado, o corpo de Victor Jara, cra­ve­jado por 44 balas, seria pos­te­ri­or­mente aban­do­nado jun­ta­mente com o de mais três ví­timas, numa es­trada na parte Sul de San­tiago. Victor Jara era membro da Ju­ven­tude Co­mu­nista do Chile, di­rector ar­tís­tico, com­po­sitor e cantor. Apoi­ante da can­di­da­tura de Al­lende, Jara era também amigo de Pablo Ne­ruda, tendo sido res­pon­sável pela ho­me­nagem ao poeta e co­mu­nista chi­leno quando lhe foi atri­buído o Prémio Nobel.

Qua­renta anos de­pois, Bruce Springs­teen, Sílvio Ro­dri­gues, León Gieco, Is­mael Ser­rano e ou­tros ho­me­na­ge­aram o cantor de «Pongo em tus manos abi­ertas…», «Canto libre» ou «El de­recho de vivir en paz», entre muitos ou­tros : «Se é um mú­sico po­lí­tico, Victor Jara con­tinua a ser uma grande ex­pressão. É uma honra estar aqui!», afirmou Springs­teen no final do con­certo de uma ho­me­nagem re­por­tada na Prensa La­tina pela jor­na­lista Ca­mila Carduz.




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