- Nº 2078 (2013/09/26)

FAZER DO VOTO UMA ARMA DE LUTA

Editorial

Um balanço sumário do trabalho desenvolvido pelos activistas da CDU na campanha eleitoral – que está quase a chegar ao fim – permite-nos desde já concluir que são muitas as razões para estarmos satisfeitos com o trabalho realizado e, portanto, para estarmos confiantes em relação aos resultados da votação no próximo domingo.

Milhares de camaradas e amigos fizeram chegar a muitos mais milhares de cidadãos, designadamente através do contacto directo, a imagem real da CDU: as provas dadas, e amplamente reconhecidas, do trabalho, da honestidade e da competência que são apanágio dos eleitos da Coligação Democrática Unitária e os distinguem dos eleitos das outras forças políticas e o compromisso de prosseguir e acentuar esse caminho no próximo mandato, sempre melhorando-o e enriquecendo-o, sempre inserindo-o no objectivo de defesa e reforço do poder local democrático enquanto conquista de Abril.

No entanto, há ainda muito que fazer daqui até à contagem dos votos, momento em que termina, de facto, a batalha eleitoral: há muitos homens, mulheres e jovens a ganhar para o voto certo, para o voto na defesa dos seus interesses e direitos, para o voto naqueles que dão garantias de o utilizar no respeito absoluto pela palavra dada aos eleitores, ou seja, para o voto nas listas da CDU. E esse voto reveste-se de carácter decisivo em todos os concelhos e freguesias do País: quer onde a CDU é força maioritária; quer onde pode passar a sê-lo; quer onde, mesmo sem perspectivas de vitória imediata, é de extrema importância o aumento da sua expressão eleitoral.

Reforçar a votação da CDU em toda a parte, reforçar as suas posições e o número dos seus eleitos, constitui o objectivo a alcançar – um objectivo que a ampla receptividade das populações à nossa campanha eleitoral mostrou estar, inequivocamente, ao nosso alcance.

A importância do reforço da expressão eleitoral da CDU deve ser vista, também, à luz da realidade nacional, do estado em que se encontra o País, da situação dramática vivida pela imensa maioria dos portugueses – e dos responsáveis por tudo isso: os partidos da troika nacional – PS, PSD e CDS – que, primeiro sozinhos, e desde há mais de dois anos, obedecendo fielmente ao pacto de agressão que os três assinaram com a troika ocupante, empurraram Portugal para o caminho de desastre.

Como o Secretário-geral do PCP tem vindo a sublinhar, todos os subscritores nacionais do famigerado pacto das troikas se têm entregado, na campanha eleitoral, a despudorados passes de mágica e artimanhas, ora para justificar o injustificável no que respeita aos seus espúrios compromissos, ora para tentar mascarar as graves responsabilidades que têm na situação a que o País chegou – ao mesmo tempo que tentam fazer crer que a solução dos problemas que criaram com a sua política de direita, passa… pela continuação dessa mesma política executada pelos mesmos que a têm vindo a executar há trinta e sete anos…

Assim levam por diante uma vergonhosa operação de caça ao voto – para, depois, continuarem a fazer o que sempre fizeram: servir os interesses do grande capital nacional e transnacional e fazer num inferno a vida do trabalhadores e do povo.

Por isso, é necessário que o voto do dia 29 penalize quem merece ser penalizado e premeie quem não se tem poupado a esforços para derrotar a política de direita e conquistar um novo rumo para Portugal.

Domingo é dia de ir votar: é dia de, cumprindo um direito conquistado através da luta, fazer do voto uma arma de luta.

Da luta que prosseguirá na segunda-feira, nas empresas e locais de trabalho, nas povoações, nas escolas e nos campos – e que assumirá expressão massiva no dia 19 de Outubro, com a jornada nacional promovida pela CGTP-IN. Da luta que será tanto mais forte e eficaz quanto mais expressiva for a votação da CDU no dia 29.

O voto na CDU nas autárquicas de domingo reveste-se de características singulares: é um voto que, ao mesmo tempo que, como acima se disse, leva às populações, nos concelhos e nas freguesias, o trabalho, a honestidade e a competência de que os eleitos da Coligação Democrática Unitária têm dado amplas provas, dará mais força à luta contra a política das troikas e à construção da necessária alternativa patriótica e de esquerda – sabendo-se que o PCP e as restantes forças que integram a CDU estão na primeira linha dessa luta.

Fazer do voto um instrumento de combate é o desafio que, no próximo domingo, se coloca aos portugueses – a todos os portugueses que querem ver à frente das suas autarquias gente séria e com um projecto sério de desenvolvimento local; a todos os portugueses que são as vítimas preferenciais da política de direita com a qual os três partidos da troika nacional – PS, PSD e CDS – atrelados à troika ocupante – FMI, BCE, UE – têm vindo a afundar Portugal e a fustigar os trabalhadores e o povo com toda a espécie de malfeitorias; a todos os portugueses que, tendo os ideais e os valores de Abril como referências primordiais, não abdicam dos direitos consagrados na Constituição da República Portuguesa, nem desistem de se bater por um Portugal de progresso, desenvolvimento e justiça social.

Assim, que nenhum eleitor da CDU deixe de ir votar no domingo – e que muitos novos eleitores venham dar mais força ao trabalho, à honestidade e à competência dos eleitos da CDU. Só assim darão mais força ao poder local democrático. Só assim darão mais força à luta contra a política das troikas e por uma política patriótica e de esquerda, ao serviço dos interesses dos trabalhadores, do povo e do País.