Conservadores vencem legislativas

Merkel perde aliado

Os de­mo­cratas-cris­tãos li­de­rados pela chan­celer An­gela Merkel ven­ceram, no do­mingo, 22, sem mai­oria ab­so­luta, as le­gis­la­tivas na Ale­manha, tendo per­dido o seu aliado li­beral.

Stein­brück dá o braço a Merkel

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Pela pri­meira vez desde o pós-guerra, os li­be­rais do FDP foram afas­tados da câ­mara baixa do par­la­mento (Bun­destag), ob­tendo apenas 4,8 por cento dos votos, abaixo do mí­nimo de cinco por cento para eleger de­pu­tados.

Apesar de terem su­bido sig­ni­fi­ca­ti­va­mente para 41,5 por cento dos votos (+7,8 pontos do que em 2009), os de­mo­cratas-cris­tãos não che­garam à am­bi­ci­o­nada mai­oria ab­so­luta e, ao que tudo in­dica, irão pro­curar um en­ten­di­mento com os so­ciais-de­mo­cratas, num par­la­mento em que os par­tidos da opo­sição do­minam.

Os so­ciais-de­mo­cratas também su­biram de vo­tação para 25,7 por cento (+2,7 pontos), ele­gendo 192 de­pu­tados, num total de 630. So­mados aos 64 ob­tidos pelo Die Linke e aos 63 pelos Verdes, os par­tidos à es­querda de Merkel dis­põem de 319 de­pu­tados, ou seja, mais oito do que os 311 da CDU/​CSU.

To­davia, apesar desta su­pe­ri­o­ri­dade arit­mé­tica, o líder so­cial-de­mo­crata, Peer Stein­brück, afastou de ime­diato a pos­si­bi­li­dade de qual­quer ali­ança com o Die Linke, pre­fe­rindo ma­ni­fes­ta­mente dar o braço a Merkel, de quem, aliás, já foi mi­nistro das Fi­nanças du­rante a «grande co­li­gação» de 2005-2009.

Numas elei­ções que re­gis­taram uma par­ti­ci­pação de 71,5 por cento, a vo­tação do Die Linke, o par­tido mais à es­querda no Bun­destag, caiu para 8,6 por cento, per­dendo 3,3 pontos per­cen­tuais em re­lação a 2009.

Re­sul­tado se­me­lhante foi ob­tido pelos Verdes que des­ceram 2,3 pontos, fi­xando o re­sul­tado em 8,4 por cento.

Sem con­se­guir en­trar no par­la­mento, o novo mo­vi­mento anti-euro, Al­ter­na­tiva para a Ale­manha (AfD), sur­gido há poucos meses, atingiu uma vo­tação de 4,7 por cento, fa­zendo valer o dis­curso contra os países do Me­di­ter­râneo, ale­ga­da­mente ne­ces­si­tados da ajuda alemã.

Merkel pode, pois, re­ju­bilar. Ga­rantiu mais um man­dato, ser­vindo-se dos so­ciais-de­mo­cratas como mu­leta se­gura, e pro­mete mais «quatro anos de êxitos». Que êxitos e para quem? – per­gun­tarão os 12 mi­lhões de ale­mães que vivem na po­breza.




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