O Partido e o seu papel na sociedade

Armindo Miranda

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A classe ope­rária, todos os as­sa­la­ri­ados e o povo em geral têm nas suas mãos desde o início do sé­culo pas­sado uma im­por­tante e po­de­rosa fer­ra­menta na luta que travam contra a ex­plo­ração ca­pi­ta­lista, por uma so­ci­e­dade justa, so­li­dária e por isso ver­da­dei­ra­mente de­mo­crá­tica, o Par­tido Co­mu­nista Por­tu­guês.

Par­tido que nasceu nas fá­bricas, da classe ope­rária e de todos os tra­ba­lha­dores. Este po­de­roso ins­tru­mento, tão te­mido pelo grande ca­pital e tão útil e de­se­jado pelos tra­ba­lha­dores, é a maior re­a­li­zação re­vo­lu­ci­o­nária da classe ope­rária em Por­tugal e sendo uma obra co­lec­tiva, teve em Álvaro Cu­nhal um dos prin­ci­pais obreiros.

Foram muitos os mo­mentos em que a sua acção foi muito im­por­tante na cons­trução e de­fesa do Par­tido. No­me­a­da­mente, anos 60, du­rante a re­vo­lução de Abril, anos 90 com a queda da URSS e ou­tros países so­ci­a­listas.

A dé­cada de qua­renta foi de­ci­siva para a cons­trução do Par­tido e a sua pos­te­rior in­fluência na so­ci­e­dade por­tu­guesa. Tem lugar a re­or­ga­ni­zação do Par­tido, que com a classe ope­rária as­sume o papel de van­guarda do mo­vi­mento an­ti­fas­cista, cons­titui-se um nú­cleo cen­tral de qua­dros re­vo­lu­ci­o­ná­rios, capaz de em quais­quer cir­cuns­tân­cias con­ti­nuar a ac­ti­vi­dade, con­so­lida-se o tra­balho nos sin­di­catos fas­cistas.

É em 1943 e 1946 que se re­a­lizam os III e IV con­gressos que ti­veram uma im­por­tância de­ci­siva em toda a vida do Par­tido. A ca­pa­ci­dade de tra­balho e de aná­lise, a for­mação e fir­meza ide­o­ló­gica e a de­di­cação sem li­mites de Álvaro Cu­nhal à causa dos tra­ba­lha­dores e do povo, foram de­ter­mi­nantes para a cons­trução do Par­tido e a sua li­gação às massas.

No livro O Par­tido Com Pa­redes de Vidro, o ca­ma­rada Álvaro deixou-nos de forma sis­te­ma­ti­zada a sua pro­funda re­flexão sobre o Par­tido, no­me­a­da­mente no que res­peita à sua ide­o­logia, o mar­xismo-le­ni­nismo, o tra­balho co­lec­tivo como prin­cípio bá­sico, a im­por­tância do cen­tra­lismo de­mo­crá­tico, os qua­dros, a or­ga­ni­zação e a sua li­gação às massas, o valor da mi­li­tância para um mi­li­tante co­mu­nista, a for­mação moral dos co­mu­nistas, sobre o culto da per­so­na­li­dade, entre ou­tras.

Esta re­flexão sobre o Par­tido e o seu papel a de­sem­pe­nhar na so­ci­e­dade, feita por Álvaro Cu­nhal, assim como a sua pró­pria ex­pe­ri­ência vi­vida no de­sem­penho das suas ta­refas de or­ga­ni­zação, per­mi­tiram-lhe sis­te­ma­tizar aquelas que devem ser as seis ca­rac­te­rís­ticas fun­da­men­tais de um Par­tido Co­mu­nista:

- Ser um Par­tido com­ple­ta­mente in­de­pen­dente dos in­te­resses, da ide­o­logia, das pres­sões e ame­aças das forças do ca­pital.

- Ser um Par­tido da classe ope­rária, dos tra­ba­lha­dores em geral, dos ex­plo­rados e opri­midos.

- Ser um Par­tido com uma vida de­mo­crá­tica in­terna e uma única di­recção e ori­en­tação cen­tral.

- Ser um Par­tido si­mul­ta­ne­a­mente in­ter­na­ci­o­na­lista e de­fensor dos in­te­resses do seu país res­pec­tivo.

- Ser um Par­tido por­tador de uma te­oria re­vo­lu­ci­o­nária, o mar­xismo-le­ni­nismo, que não só torna pos­sível ex­plicar o mundo, como in­dica o ca­minho para trans­formá-lo.

- Ser um Par­tido que de­fine como seu ob­jec­tivo a cons­trução de uma so­ci­e­dade sem ex­plo­rados nem ex­plo­ra­dores, uma so­ci­e­dade so­ci­a­lista.

 



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