Bascos exigem solução democrática

Maré de indignação

Seis dias após a in­ves­tida po­li­cial contra a as­so­ci­ação Her­rira, uma maré azul inundou as ruas de Bilbau, no sá­bado, 5, re­cla­mando uma so­lução de­mo­crá­tica para o con­flito.

Bascos con­denam agressão

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O pro­testo mas­sivo foi uma ex­pres­siva res­posta da so­ci­e­dade basca à vaga re­pres­siva de­sen­ca­deada no início da se­mana pas­sada contra a as­so­ci­ação de de­fesa dos di­reitos dos presos po­lí­ticos, Her­rira, cujas ac­ti­vi­dades foram sus­pensas no dia 30 de Se­tembro.

Na oca­sião, a po­lícia de­teve 18 mem­bros da Her­rira, sob a acu­sação de per­tença a um grupo ar­mado, apo­logia e fi­nan­ci­a­mento do ter­ro­rismo. To­davia, todos os vi­sados foram li­ber­tados pela Au­di­ência Na­ci­onal, que exigiu a quatro deles o pa­ga­mento de caução.

Os pro­mo­tores do pro­testo, em que se in­cluem meia cen­tena de or­ga­ni­za­ções so­ciais, sin­di­cais e po­lí­ticas, de­sig­na­da­mente os par­tidos que formam a co­li­gação Bildu, con­de­naram «a de­cisão que ins­pirou a acção ju­di­ciária, po­lí­tica e me­diá­tica» contra a Her­rira, vendo-a como uma ten­ta­tiva de «cri­mi­na­lizar a causa da de­fesa dos presos e presas po­lí­ticos bascos».

À ca­beça da ma­ni­fes­tação, um grupo de per­so­na­li­dades bascas (mú­sicos, ac­tores, es­cri­tores, des­por­tistas e ou­tros) trans­por­taram a faixa com a pa­lavra de ordem do pro­testo: «Uma maré pelos di­reitos dos presos e exi­lados bascos».

Logo atrás, se­guiam os 18 mem­bros da Her­rira, que foram sau­dados por de­pu­tados e di­ri­gentes po­lí­ticos e sin­di­cais que se in­te­graram no des­file.

Tal como ti­nham so­li­ci­tado os or­ga­ni­za­dores, os par­ti­ci­pantes en­ver­garam ca­mi­solas azuis e le­varam ban­dei­rolas com a re­pre­sen­tação de uma gota, sim­bo­li­zando a exi­gência do re­gresso ao País Basco dos cerca de 600 presos po­lí­ticos que estão en­car­ce­rados em vá­rias pri­sões de Es­panha e França.

No final, o actor Carlos Olalla e a jor­na­lista Maite Bi­darte to­maram a pa­lavra para su­bli­nhar que foi a «in­dig­nação» ante uma «nova agressão» que con­gregou de­zenas de mi­lhares de pes­soas de «di­fe­rentes ide­o­lo­gias, fa­mí­lias, lo­ca­li­dades, cul­turas po­lí­ticas e sen­ti­mentos».

Se­gundo afir­maram, a obs­ti­nação por parte de Ma­drid de des­res­peitar os di­reitos dos presos bascos e per­se­guir aqueles que os de­fendem cons­titui um «de­safio ao nosso povo». «O nosso com­pro­misso é claro e firme: con­ti­nuar até tra­zermos para casa os presos e re­fu­gi­ados (…) E vamos al­cançar novos marcos his­tó­ricos neste es­forço co­lec­tivo».




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