Tribunal Constitucional rejeita a recontagem dos votos no concelho do Crato solicitada pela CDU, face às divergências encontradas entre o número total de votantes e os totais de votos expressos nos partidos, brancos e nulos.
«Andou mal o PS quando contestou que fosse feita a recontagem, o que veio a ser a decisão do Acórdão do Tribunal Constitucional», critica a CDU, frisando que, desta forma, «fica prejudicada a democracia», uma vez que «subsiste a dúvida sobre a legalidade dos resultados eleitorais anunciados para o concelho do Crato, nas eleições autárquicas de 2013». Também o PSD considerou «pertinente a verificação das discrepâncias encontradas no referido escrutínio, para clarificação dos resultados e para que não subsistam dúvidas».
«A bem da transparência exigida em qualquer acto eleitoral e da clareza dos seus resultados, exigia-se a recontagem dos votos da União de Freguesias de Crato e Mártires, Vale do Peso e Flor da Rosa, bem como da Freguesia de Gáfete, num total de 2741 eleitores, esclarecendo os diferentes valores apurados entre os votos entrados na urna e os contabilizados nos diferentes partidos e nos votos brancos e nulos», defendeu, em nota de imprensa, a CDU, que dá ainda conta de actas de apuramento que «estavam assinadas mas nas quais não constavam os votos obtidos por cada partido, lançando e reforçando, obviamente, a dúvida sobre a correcção dos votos declarados como sendo a votação final».
Recorda-se que nas últimas eleições legislativas, em 2011, uma situação semelhante ocorreu na secção de voto n.º 1, do Crato, levando a que a recontagem de votos efectuada pela Assembleia Geral de Apuramento detectasse que 16 votos expressos no CDS/PP tinham sido incorrectamente contados no PS e 20 votos expressos na CDU tinham sido incorrectamente contados no MRPP.
«Este erro só foi detectado pelo facto da acta daquela secção de voto estar assinada, mas não preenchida, o que determinou a recontagem dos votos», esclarece a CDU, salientando que as divergências e incorrecções detectadas no presente acto eleitoral têm agora muito maior expressão.