Espionagem

«As nossas fontes sentem-se nervosas a falar connosco», afirmou, sábado, o presidente da Associated Press (AP). Para Gary Pruitt, o «efeito congelador» e intimidador sobre as fontes, «oficiais ou não», que se está a verificar na obtenção de informações e na consequente publicação de notícias, é o resultado da confirmação de que o Departamento de Justiça norte-americano registou e armazenou, em 2012, o conteúdo de milhares de comunicações efectuadas por jornalistas da agência.

À margem da Assembleia Geral da Sociedade Interamericana de Imprensa, que decorre em Denver, no Colorado, o presidente da AP reiterou que «se tratou de uma acção sem precedentes» que fomentou o medo de que «o Governo esteja a espiar».

As declarações de Gary Pruitt sobre a espionagem ilegal efectuada pelo governo dos EUA foram proferidas justamente quando o Le Monde e o Der Spiegel noticiaram, respectivamente, que a Agência Nacional de Segurança (NSA) norte-americana gravou mais de 70 milhões de telefonemas de cidadãos franceses e espiou sistematicamente o governo mexicano. Neste último caso, e de acordo com os dados citados pelo periódico alemão, que se baseia igualmente em documentos fornecidos pelo ex-agente da CIA e da NSA, Edward Snowden, existia mesmo uma equipa dedicada a escrutinar a actividade do então presidente mexicano Felipe Calderón. Os governos gaulês e mexicano já exigiram a Washington explicações sobre as denúncias.

Com sede em Fort Meade, no Maryland, a NSA recolhe igualmente dados a nível global sobre milhões de agendas de contactos de correio electrónico e aplicações de mensagens instantâneas, garantiu, a semana passada, o Washington Post, que detalha que o programa abrangeu, só em 2012, cerca de 250 milhões de utilizadores do Yahoo, Hotmail e Gmail, assim como de redes sociais como o Facebook.

O Post realça ainda que a NSA não o poderia fazer sem o auxílio dos serviços secretos aliados dos EUA, que controlam pontos de acesso e rotas de tráfego de dados.




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