Comunistas exigem referendo
O Partido Comunista da Ucrânia (PCU) recolheu desde o Verão mais de 3,5 milhões de assinaturas para exigir a realização de um referendo sobre a adesão à União Aduaneira enquanto caminho alternativo à integração europeia.
A recolha de assinaturas irá prosseguir, segundo revelou, dia 22, em conferência de imprensa, a deputada do PCU, Alla Aleksandrovskaia.
Segundo a Constituição do país, qualquer petição que tenha o apoio de mais de três milhões de cidadãos deverá ser submetida a referendo.
Todavia, o governo do presidente Ianukovitch mostra-se receoso em promover a consulta e ouvir a vontade popular, tanto mais que, apesar de ter renunciado à assinatura de um acordo de associação com a UE na Cimeira de Vilnius, as autoridades ucranianas não afastaram a ideia de uma futura adesão ao bloco europeu.
O PCU tem sobre esta matéria uma posição clara: a adesão à União Europeia é prejudicial aos interesses nacionais, provocará a destruição do aparelho produtivo e hipotecará a soberania e independência do país.
Nesse sentido, o partido, que conta com 32 deputados na Rada (parlamento) e obteve nas legislativas do ano passado 2,6 milhões de votos (13,4%), tem promovido uma campanha junto da população, alertando para os perigos do «sonho europeu», que se transformou num pesadelo para países vizinhos como a Bulgária ou a Roménia.
No combate contra a integração europeia, o PCU defende como alternativa a adesão à União Aduaneira, hoje composta pela Rússia, Bielorrússia e Cazaquistão, e acordos comerciais de longo prazo com os países da antiga URSS, que constituem actualmente a Comunidade dos Estados Independentes.
Segundo as últimas sondagens, as opiniões dividem-se quase meio por meio, entre os que são pró-europeus e os que são contra a integração na UE. Isto apesar de todos os partidos burgueses serem a favor da adesão à UE.
Os comunistas do PCU estão convictos de que os ucranianos têm uma consciência crescente das reais as implicações da integração europeia.
Como sublinham, a Europa do grande capital pretende conquistar o mercado ucraniano, aceder às matérias-primas do país e explorar a sua mão-de-obra altamente qualificada e relativamente barata.