Lutas de trabalhadores por todo o País
mobilizam para dia 19

Protesto cresce para Belém

Em tempo de luta acesa, para res­ponder à forte ofen­siva do ca­pital, do seu Go­verno e das «troikas» que também são dele, a CGTP-IN con­vocou uma se­mana de in­dig­nação e luta. Estão já anun­ci­adas ac­ções em vá­rias lo­ca­li­dades, que apontam como pró­xima etapa de todos a vi­gília que, no dia 19, vai exigir ao Pre­si­dente da Re­pú­blica que vete o Or­ça­mento, de­mita o Go­verno e con­voque elei­ções.

O PR deve usar o veto po­lí­tico para travar este Or­ça­mento

A pre­pa­ração desta série de ini­ci­a­tivas con­flu­entes co­meçou logo após a jor­nada na­ci­onal de in­dig­nação, pro­testo e luta, no dia 26 de No­vembro. Por todo o País e numa forte ma­ni­fes­tação, no ex­te­rior da As­sem­bleia da Re­pú­blica, cen­tenas de mi­lhares de pes­soas mos­traram que re­jeitam o Or­ça­mento do Es­tado que o Go­verno e os de­pu­tados do PSD e do CDS-PP querem ter em 2014. De­mons­traram também firme von­tade de pros­se­guir a luta para romper com a po­lí­tica a que tal OE serve e para avançar por ca­minho al­ter­na­tivo.
Mas a luta in­clui igual­mente nos seus ob­jec­tivos a exi­gência, ao Go­verno e ao pa­tro­nato, de au­mentos dos sa­lá­rios (em es­pe­cial, do sa­lário mí­nimo na­ci­onal) e das pen­sões, de em­prego com di­reitos, de va­lo­ri­zação da con­tra­tação co­lec­tiva e das pro­fis­sões, de com­bate às de­si­gual­dades e à po­breza.
Acen­tu­ando o con­traste entre a época na­ta­lícia, que devia ser fes­tiva, e as con­sequên­cias da po­lí­tica se­guida há 38 anos e agra­vada nos úl­timos dois, pela «as­sis­tência» do FMI, do BCE e da União Eu­ro­peia, a CGTP-IN e as suas es­tru­turas sec­to­riais e lo­cais apelam aos tra­ba­lha­dores e à po­pu­lação para que in­ten­si­fi­quem e alar­guem a luta. «Que triste Natal é este?» – in­ter­roga-se no ma­ni­festo da cen­tral, no­tando que «as fa­mí­lias por­tu­guesas vão passar um dos na­tais mais so­fridos das úl­timas dé­cadas». O au­mento da idade da re­forma, a re­dução do valor das pen­sões, a sub­versão do re­gime de­mo­crá­tico, o ataque às fun­ções so­ciais do Es­tado e às con­quistas de Abril são «prendas» co­lo­cadas no «sa­pa­tinho» do povo, por um Go­verno que «pro­move o roubo dos tra­ba­lha­dores e dos pen­si­o­nistas, trans­fe­rindo ren­di­mentos do tra­balho para o ca­pital e re­cursos eco­nó­micos e fi­nan­ceiros do Es­tado para os grupos ca­pi­ta­listas».
A In­ter­sin­dical volta a su­bli­nhar que «há al­ter­na­tiva», de­se­nhada em oito li­nhas: romper com o me­mo­rando da «troika» e re­ne­go­ciar a dí­vida (prazos, mon­tantes e juros); in­vestir, para au­mentar a pro­dução na­ci­onal; criar em­prego de qua­li­dade, com­bater a pre­ca­ri­e­dade e o de­sem­prego; au­mentar os sa­lá­rios e as pen­sões; au­mentar o sa­lário mí­nimo na­ci­onal para 515 euros; taxar as tran­sac­ções fi­nan­ceiras e os di­vi­dendos dos grandes ac­ci­o­nistas; cortar nas par­ce­rias pú­blico-pri­vadas e nas rendas ex­ces­sivas no sector da energia; com­bater a fraude e a evasão fiscal.
 

Greves 

No dia 19, os tra­ba­lha­dores do Me­tro­po­li­tano de Lisboa cum­prem mais uma manhã de greve, mas ou­tras pa­ra­li­sa­ções podem ocorrer ainda em De­zembro, quer contra as me­didas con­tidas no OE, quer contra os efeitos do De­creto-Lei 133/​2013, disse an­te­ontem Ana­bela Car­va­lheira, di­ri­gente da Fec­trans/​CGTP-IN, à agência Lusa.

Na se­gunda-feira os tra­ba­lha­dores da Carris de­ci­diram pro­longar para o final de Ja­neiro a greve ao tra­balho su­ple­mentar e ad­mi­tiram fazer greves de 24 horas, a partir das 18 horas de 24 e 31 de De­zembro.

Os en­fer­meiros dos cen­tros de saúde da re­gião de Lisboa e Vale do Tejo vão estar em greve no dia 19, a partir das 12 horas. O SEP/​CGTP-IN marcou ainda um «al­moço de pro­testo» para esse dia, junto à sede da Ad­mi­nis­tração Re­gi­onal de Saúde. A agravar a si­tu­ação destes pro­fis­si­o­nais, al­guns di­rec­tores exe­cu­tivos de agru­pa­mentos de cen­tros de saúde (ACES) co­me­çaram a impor uma in­ter­rupção de uma hora, no pe­ríodo de al­moço, ale­gando «or­dens ver­bais» da ARS. O sin­di­cato con­testa esta me­dida, que apenas veio gerar ins­ta­bi­li­dade e impor uma hora de tra­balho não re­mu­ne­rado.

 

Natal me­lhor
con­quista-se

Oeiras
Dia 13, 6.ª, às 17h00, con­cen­tração em Bar­ca­rena (Iberfar) e des­file para o Largo do Ca­sarão

Vila Franca de Xira
Dia 13, 6.ª, às 17h30, con­cen­tração no Largo da Es­tação

Ama­dora
Dia 16, 2.ª, às 17h30, con­cen­tração na Fa­la­gueira (Café Pi­teira) e ma­ni­fes­tação até à CM Ama­dora

Castro Marim
Dia 17, 3.ª, às 16h, con­cen­tração contra o en­cer­ra­mento dos ser­viços pú­blicos, frente às Fi­nanças

Sintra
Dia 17, 3.ª, às 17h30, con­cen­tração no Largo dos Bom­beiros de Agualva-Cacém, des­file até à es­tação da CP

Torres Novas
Dia 17, 3.ª, às 17h30, cordão hu­mano do Largo do Mer­cado (Av. 8 de Julho) e pela Rua Ale­xandre Her­cu­lano
 

Torres Ve­dras
Dia 17, 3.ª, às 17h30, con­cen­tração no Largo da Es­tação

Braga
Dia 18, 4.ª, às 16h30, con­cen­tração-vi­gília. Des­file do Arco da Porta Nova até à Ar­cada, fo­gueira de Natal
 

Porto
Dia 18, 4.ª, às 19h, na Praça dos Leões, en­fer­meiros (SEP) pro­movem a «queima do Go­verno»
 

Por­timão
Dia 19, 5.ª, às 17 horas, con­cen­tração no Par­chal (Lidl) e marcha pela Ponte Velha




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