LUSA

A aber­tura de um novo Centro de Tra­balho é sempre uma boa no­tícia para os co­mu­nistas e seus ali­ados. Ainda mais num con­celho como a Me­a­lhada, si­tuado numa zona tra­di­ci­o­nal­mente di­fícil para a im­plan­tação do Par­tido. Com o novo CT, a es­tru­tura local do PCP ganha uma im­por­tante base de apoio a todo o tra­balho de or­ga­ni­zação par­ti­dária. Num mo­mento tão exi­gente como aquele que o País atra­vessa, tal acon­te­ci­mento re­veste-se de uma acres­cida im­por­tância.

Como sa­li­entou, na sessão de inau­gu­ração, An­tónio Neves (membro da Di­recção da Or­ga­ni­zação Re­gi­onal de Aveiro do PCP e eleito na As­sem­bleia Mu­ni­cipal da Me­a­lhada), o novo Centro de Tra­balho é um local «sim­ples, mas aco­lhedor», que se quer «aberto à par­ti­ci­pação de todos». Um es­paço que os co­mu­nistas lo­cais es­peram que con­tribua para o re­forço da or­ga­ni­zação do Par­tido no con­celho e per­mita va­lo­rizar a acção dos eleitos do PCP e CDU, cuja par­ti­ci­pação saiu re­for­çada nas úl­timas elei­ções au­tár­quicas.

Festa de luta

A festa con­ti­nuou à noite, com um grande jantar no Luso, que contou com as in­ter­ven­ções do Se­cre­tário-geral do PCP, Je­ró­nimo de Sousa, e dos eleitos da CDU José Aguiar e Isabel Lemos. Esta úl­tima, eleita na As­sem­bleia Mu­ni­cipal, va­lo­rizou o papel de van­guarda que o PCP as­sume na luta que os tra­ba­lha­dores e o povo travam contra o pacto de agressão e a po­lí­tica de di­reita que o en­forma. Por esse papel, acres­centou, é «ne­ces­sário e im­por­tante que o Par­tido es­teja unido e or­ga­ni­zado» e que as «or­ga­ni­za­ções lo­cais te­nham cons­ci­ência da grande res­pon­sa­bi­li­dade que lhes cabe».

Após lem­brar que está para breve o início da pre­pa­ração da IX As­sem­bleia da Or­ga­ni­zação Re­gi­onal de Aveiro do PCP, Isabel Lemos sa­li­entou a im­por­tância de «di­na­mizar, par­ti­cipar, re­flectir». Em tempos de ataque sem quartel a di­reitos e con­di­ções de vida, a mi­li­tante co­mu­nista con­si­derou que as­sumem par­ti­cular im­por­tância a «in­for­mação» e a «or­ga­ni­zação». A exis­tência do novo Centro de Tra­balho é um «in­cen­tivo ao cum­pri­mento das ta­refas im­por­tantes e ne­ces­sá­rias de apoio e cres­ci­mento do Par­tido no con­celho».

Ape­lando à par­ti­ci­pação mas­siva nas ac­ções in­se­ridas na se­mana de luta con­vo­cada pela CGTP-IN (entre 16 e 20 deste mês), Isabel Lemos re­alçou caber aos co­mu­nistas or­ga­nizar essa mesma luta. Pa­ra­fra­se­ando e «abu­sando das belas pa­la­vras de Ma­nuel da Fon­seca», cabe-lhes es­crever a «re­volta com tinta de sol na noite de an­gústia que pesa no mundo» e ser «um farol er­guido no alto de um pro­mon­tório», que envie a luz «que toca de es­pe­rança o co­ração dos ho­mens de todas as la­ti­tudes». Na Me­a­lhada, acres­centou, «ten­tamos ser co­mu­nistas assim».

Du­rante o jantar, ao tomar-se co­nhe­ci­mento do fa­le­ci­mento de Nelson Man­dela, cum­priu-se um mi­nuto de si­lêncio à sua me­mória e em so­li­da­ri­e­dade com o povo sul-afri­cano.