- Nº 2093 (2014/01/9)

Morreu Eusébio

Aconteceu

«Com o falecimento de Eusébio da Silva Ferreira o País perde aquele que foi um símbolo maior do desporto nacional, reconhecido em todo o mundo pelo seu percurso no clube que representou – o Sport Lisboa e Benfica – e na selecção nacional», salientou, no domingo, Jerónimo de Sousa, Secretário-geral do PCP.

Pouco depois de ser conhecida a morte do «Pantera Negra» – por volta das 3.30 horas de dia 5 de Janeiro, vítima de paragem cardiorrespiratória – multiplicaram-se as reacções ao desaparecimento de um dos melhores «futebolistas de todos os tempos, que fez brilhar o nome de Portugal quando este estava fechado sobre si próprio e mergulhado numa obscura e dura ditadura». «O seu percurso desportivo, o seu profissionalismo, as suas conquistas e glória elevaram-no a símbolo de Portugal. Além fronteiras, Eusébio foi e é, reconhecidamente, um embaixador do nosso País. A sua morte constitui uma perda assinalável intergeracional para o desporto e a sociedade portuguesa», refere a CGTP-IN.

Eusébio, nascido a 25 de Janeiro de 1942 em Lourenço Marques (actual Maputo), em Moçambique, foi sepultado na segunda-feira no cemitério do Lumiar, onde milhares de pessoas lhe prestaram uma última homenagem. Antes, a urna deu a volta ao recinto do Estádio da Luz, conforme desejo expresso pelo ex-jogador do Benfica. No cortejo fúnebre pelas ruas da capital até à Câmara de Lisboa, milhares aplaudiram e exibiram cachecóis do Benfica à passagem do veículo que transportava o caixão. O PCP fez-se representar nestas cerimónias pelo membro do Secretariado José Capucho e ainda por Bernardino Soares e António Filipe, ambos do Comité Central.

O «Pantera Negra» era conhecido pela sua velocidade, técnica e pelo seu poderoso e preciso remate de pé direito. No Mundial de Inglaterra, em 1966, foi considerado o melhor jogador e foi o melhor marcador, com nove golos, levando Portugal ao terceiro lugar.

No Benfica ganhou 11 Campeonatos Nacionais (1960-1961, 1962-1963, 1963-1964, 1964-1965, 1966-1967, 1967-1968, 1968-1969, 1970-1971, 1971-1972, 1972-1973 e 1974-1975), cinco Taças de Portugal (1961-1962, 1963-1964, 1968-1969, 1969-1970 e 1971-1972), uma Taça dos Campeões Europeus (1961-1962) e ajudou a alcançar mais três finais da Taça dos Campeões Europeus (1962-1963, 1964-1965 e 1967-1968).

Foi o maior marcador da Taça dos Campeões Europeus em 1965, 1966 e 1968. Ganhou ainda a Bola de Prata sete vezes (recorde nacional) em 1964, 1965, 1966, 1967, 1968, 1970 e 1973. Foi o primeiro jogador a ganhar a Bota de Ouro, em 1968, façanha que repetiu em 1973.

Eusébio recebeu várias distinções nacionais e estrangeiras ao longo da vida, entre elas os colares de Mérito Desportivo (1981) e de Honra ao Mérito Desportivo (1990), além da «Águia de Ouro», o mais alto galardão do Benfica, em 1982.