Espanha
A desigualdade não pára de se aprofundar, indicam os dados divulgados por diversas organizações. De acordo com a estrutura da Oxfam em Espanha, no final de 2011, os 20 por cento mais ricos recebiam 7,5 vezes mais que os 20 por cento mais pobres, tendência que, a manter-se, alerta a organização, fará com que em 2025 a diferença seja de 18 vezes entre os rendimentos de um e outro grupo.
Desse agravamento dão nota indicadores estatísticos recentes, como os publicados pela Forbes, segundo os quais o património dos 10 espanhóis mais ricos totaliza 82,8 mil milhões; ou os do Credit Suisse, que afirmam que o número de milionários em Espanha aumentou mais de 13 por cento em 2013.
Em contraste, os espanhóis não possidentes receberem, em média, 18 500 euros por ano em 2012, massa monetária que indica uma quebra nos rendimentos do trabalho em cerca de quatro por cento desde 2007, e cuja capacidade aquisitiva, no contexto de um aumento médio dos preços de 10 por cento no mesmo período, é hoje menor do que em 2001.
O Estado é o principal facilitador da acumulação de capital no país, por exemplo por via da permissividade para com a evasão fiscal, estimada entre 23 a 25 por cento do total do PIB, já que 72 por cento dos grandes grupos económicos (33 das 35 cotadas na primeira divisão da bolsa de valores de Madrid) colocam boa parte dos seus lucros em paraísos fiscais.