Abel Coelho

A classe operária na literatura

Anselmo Dias

«Aprendi mais com Balzac do que com todos os outros profissionais, historiadores, economistas e estatísticos juntos». Esta declaração pertence a Engels, referindo-se à forma como aquele escritor, sob a forma ficcional, deu a conhecer a estrutura da sociedade francesa no decurso do século XIX. No mesmo sentido há uma outra declaração de Lénine referindo o conteúdo revolucionário da obra romanesca de Balzac, não obstante este escritor ter sido um conservador, aliado da monarquia e envolvido em desacertos no que diz respeito a negócios.

Matheus não receava nem a guarda municipal nem as guarnições militares, havendo mesmo da sua parte a convicção de que após umas certeiras bombas de picrato os «soldados, emancipando-se, viriam fraternizar com o povo»

Com as devidas distâncias, esta referência pode ser aplicada também a um escritor português, Abel Botelho, nascido em 1856, autor de vários romances inseridos na corrente literária Naturalismo, e a quem, de acordo com a opinião de especialistas de literatura, coube o facto de ter escrito o primeiro romance português onde, pela primeira vez, aparece a classe operária. Em que contexto? Obviamente no contexto do último quartel do século XIX onde os trabalhadores estavam sujeitos ao que na altura existia, ou seja: ao republicanismo, ao socialismo utópico e também, nas reduzidas concentrações operárias, à propaganda anarquista. (Nota: estamos a alguns anos da criação do PCP, e a muitos mais anos quer da reorganização que lhe conferiu a sua matriz marxista-leninista, quer do neo-realismo, o qual, pelo seu conteúdo, compagina aquele ideal à criação artística expressa na literatura, nas artes plásticas e no cinema).

O livro de Abel Botelho tem o título de «Amanhã», escrito entre 1895/1896, editado em 1901 e trata de uma «anarqueirada».

A acção decorre em Lisboa, um pouco na zona proletária de Alcântara e, sobretudo, nas zonas de concentração operária de Xabregas e Marvila.

A estrutura da obra está condicionada pelo estilo literário então vigente levando o autor a descrições excessivamente pormenorizadas de que resultam dois efeitos: por um lado, quebra a sequência da acção dos intervenientes, dificultando a leitura; mas por outro lado, vai ao encontro da opinião de Engels sobre a «Comédia Humana» de Balzac.

Com efeito, Abel Botelho faz uma descrição exaustiva do dia-a-dia dos operários da zona oriental de Lisboa, descrevendo as condições degradantes das casas abarracadas onde viviam, da aguadilha que sorviam e a que davam o nome de refeição, bem como sobre a pobre indumentária inadequada aos rigores do frio, descrição que, pelo seu conteúdo social, supera a linguagem fria da estatística.

Acrescentemos a isto o aspecto precocemente envelhecido daquela população, predominantemente analfabeta, vítima da doença, da fome e da falta de condições de higiene, sem esquecer as crianças andrajosas, descalças, entregues a si próprias enquanto os familiares estavam vergados a prolongados horários, a salários de miséria e sujeitos a formas de admissão nas fábricas típicas das «Praças de Jorna».

A par da descrição sobre as pessoas e do espaço envolvente, o autor, no âmbito da produção têxtil, revela não só com muita minúcia a fase de transformação da matéria-prima em produto final, como as máquinas e as ferramentas utilizadas na fábrica onde laboram muitos dos intervenientes do romance.

Por outro lado, também no plano meramente descritivo, temos o patrão, a sua família, os seus convidados, os seus cavalos, o seu jardim e o seu palacete, ou seja, um conjunto de elementos caracterizadores sobre a comodidade, o fausto e a riqueza da classe dominante.

Quanto às pessoas envolvidas neste ambiente – ou seja, o patrão, a mulher, os filhos, o comendador, o marquês, o padre –, as mais denegridas no romance são a mulher do patrão, uma reaccionária, e o padre, um ultra-reaccionário. Os nobres são ridículos. O anticlericalismo é muito forte. O padre, a Igreja, sobretudo os jesuítas são muito atacados. O Estado, esse, é o maior inimigo, mais do que o patronato.

Os filhos do empresário – Jorge e Adriana –, são boas pessoas, designadamente Adriana com quem o contramestre anarquista estabelece uma platónica relação de amor, afecto igualmente retribuído.



A influência anarquista

Quanto ao conteúdo do livro ele reflecte, repetimos, aquilo que na altura existia em termos de propaganda junto da classe operária: uma quase omnipresença do anarquismo, numa altura em que já havia estruturas organizadas, quer dos republicanos, quer dos socialistas utópicos.

A figura central do livro é um contramestre de uma fábrica têxtil, um militante entusiasta do ideal anarquista, leitor de muitos livros, jornais e revistas, correspondente com gente estrangeira e que ostenta em sua casa, sobre a secretária, o retrato de Kropotkine e de José Fontana.

Pois bem, aquele contramestre, de nome Matheus, é um agitador proveniente de Alcântara, onde era conhecido «por ter o pensar muito livre» e que se transfere para Marvila onde admite poder incutir nos trabalhadores, pela sua influência junto deles, um propósito revolucionário em conformidade com os seus ideais, ou seja, o endeusamento ao individualismo, o ódio à Igreja e, com ele referia, «...pugnar pela nossa alforria, pela definitiva abolição dos abusivos limites que o Estado impõe à liberdade de cada um!».

Quanto à apropriação dos bens de produção tendentes a pôr termo à exploração do homem pelo homem há um silêncio ensurdecedor, enquanto abundam as referências sobre a destruição do Estado.

De facto, para além de ter pedido a um amigo se era «capaz de... fabricar um modelo de pequeno instrumento explosivo, assim como que uma bomba...», o conteúdo das suas intervenções nas assembleias clandestinas, nos encontros, nas reuniões e nos convívios vai no sentido da mobilização dos trabalhadores em torno do anarquismo, referindo sempre que pode os teóricos mais conhecidos, mesmo que nem todos afinassem pelo mesmo diapasão, designadamente Kravtchinski, Reclus, Carlo Cafiero, Bakounine, Tolstoi, Jean Grave, Proudhon, Naquet, Max Stirner, Enrico Malatesta.

Sobre Karl Marx há apenas duas referências, embora uma delas elogiosa, referindo que numa só noite havia lido o «Capital», obra que ele considerava «estonteadora».

No contexto da sua actividade mobilizadora consegue atrair a Lisboa dois emissários da «Internacional», um belga e um italiano, que teriam chegado ao apeadeiro de Braço de Prata em Janeiro de 1895 e cuja presença deu azo à realização de uma ampla reunião clandestina onde foram debatidas as várias questões que ao proletariado diziam respeito.

No calor das intervenções um dos presentes fez a seguinte pergunta:

«Mas que tem então a gente a fazer?...».

A resposta do emissário belga não se fez esperar:

«Dar caça sem tréguas, caça de morte ao burguês. Enquanto não podemos submetê-lo socialmente abatê-lo pelo terror, desnorteá-lo pela desordem, semear de roda dele a assolação, perturbando-lhe as digestões, espatifando-lhe interesses, afeições, família... alcançando-o no coração e retalhando-lhe a alma».

No calor da sua intervenção aquele membro da «Internacional» referiu:

«O que tendes a fazer?... O mesmo que fez Ravachol em Paris!»

Acontece que este Ravachol, que por desespero teria cometido alguns crimes, tornou-se posteriormente num violento bombista anarquista, acabando, após vários atentados, por ser preso e condenado à morte. Foi decapitado em 1892.

Face a este conselho não é de admirar que na véspera do regresso daquela delegação estrangeira aos respectivos países tenha sido oferecido ao Matheus um objecto assim descrito pelo belga:

«Estão cheios com dinamite, já têm a mecha no seu lugar... Põem-se onde se quiser e depois é largar-lhes fogo. A mecha dá tempo mais que tempo para a gente se safar...».

A anarqueirada em marcha

No seguimento desta reunião o Matheus, juntamente com os seus «irmãos» – a palavra camarada não existia –, promoveu uma ampla campanha para uma nova assembleia muito mais participada do que as anteriores.

Foram tomadas as devidas cautelas conspirativas, atribuídas senhas de identificação tendentes a evitar o acesso a intrusos, colocados homens de confiança nas zonas limítrofes do encontro por forma a haver tempo e espaço para a fuga caso surgisse a polícia.

Acontece que um dos convidados para a referida reunião era um «bufo» que, a troco de dinheiro, deu todas as informações ao aparelho repressivo.

Com efeito, a polícia tomou de assalto o local onde os trabalhadores estavam reunidos, havendo em resultado dessa acção luta corpo a corpo de que resultou o esfaqueamento de dois polícias, bem como várias prisões.

Três desses presos foram sumariamente julgados e deportados para África. Um deles, casado com uma operária de saúde frágil, incapaz por razões patológicas de aleitar o bebé de colo e mãe de uma outra menina, viu a sua família completamente destruída com a rápida morte da mulher e da filha de colo e a adopção, por solidariedade, da outra filha por uma vizinha. Este facto alterou profundamente o ambiente do bairro operário. As festas e os bailes cessaram. A tristeza imperava, bem como o desejo vingativo sobre quem teria informado a polícia da reunião clandestina.

Após várias diligências apurou-se a identidade do delator: um vizinho, operário de uma das fábricas de Xabregas. No dia combinado, quando o «bufo» se dirigia para casa, é atacado por um numeroso grupo de operários que, num processo de linchamento, o deixaram sem vida. Quem o matou? Ninguém soube. Não houve prisões, apenas «olho por olho, dente por dente».

Entretanto, influenciado por todos os acontecimentos atrás referidos, prosseguem os contactos de Matheus com os seus «irmãos» anarquistas, agora para um objectivo bem mais revolucionário: a tomada de Lisboa como etapa indispensável à destruição do Estado.

O caminho da «anarqueirada» estava livre na medida em que «para mais, o Directório republicano, deixando toda a liberdade de acção aos correligionários, abstivera-se. Também os principais chefes socialistas, avessos a soluções violentas, se haviam retraído...».

Matheus, por razões de eficácia, estabeleceu o seu centro de controle numa drogaria junto à Boa Hora e, com o apoio de um correligionário, definiu que a cidade de Lisboa seria dividida em cinco sectores e que o assalto seria simultâneo.

O primeiro sector dizia respeito a Braço de Prata e Beato cuja missão seria tomar «todos os estabelecimentos oficiais que por ali marginam o Tejo, o quartel de artilharia, o Arsenal, a Alfândega, o Terreiro do Paço».

Havia objectivos definidos para o segundo, terceiro e quarto sectores.

O quinto sector, «abrangendo Campolide… estava a cargo dos revoltosos de Alcântara, e incumbia-lhes, entre outras coisas, arrasar o colégio de Campolide e opor uma barreira aos socorros que tentassem vir de Belém e da Ajuda».

Os estrategas deste plano contavam com cem comandantes de sectores e sub-sectores sob cujas ordens estavam arregimentados 50 000 revoltosos, isto numa cidade que, na altura, tinha cerca de 25 0000 operários.

Era muita gente a exigir meios de intervenção. Para tanto, previamente, o Matheus conseguiu a transferência da Bandeirinha – uma operária têxtil da fábrica onde ele era contramestre – para a fábrica «Braço de Prata» onde os salários eram mais elevados para que, em paga desse benefício, ela conseguisse cópia da chave de um portão por forma a possibilitar um vultuoso roubo de balas e cartuchos para municiarem as espingardas que, ao longo dos tempos, foram sendo obtidas.

Este armamento era, contudo, insuficiente e, nesse sentido, foi feito um apelo para a recolha de tudo aquilo que pudesse ser utilizado. De facto, rapidamente foram chegando à taberna do Zé Pequeno «algumas grossas carabinas raiunas, de pederneira, bacamartes de metal, trabucos grandes e pequenos, mosquetes biscainhos, arcabuzes flamengos e até velhos petardos de ferro e bronze, chuços, adagas, alabardas».

Entretanto foi feito um apelo aos operários dos «dois grandes bairros sediciosos», Marvila e Alcântara para que os tanoeiros, curtidores, forjadores, tecelões, operários das fábricas de serração, ferreiros, serralheiros, fundidores, carpinteiros, destiladores, marceneiros, canteiros, calceteiros e demais profissões aproveitassem o seu saber, os materiais e ferramentas à sua disposição no interior das fábricas para construir e adaptar tudo aquilo que pudesse servir de armamento para atacar as forças fiéis ao governo, designadamente a guarda municipal e as tropas das guarnições espalhadas pela cidade.

Por outro lado, havia a certeza de que, pela ocupação da «Fundição de Baixo» guardada apenas por doze homens, seria possível recolher «a enorme quantidade de armamento e equipamento armazenado ali».

Matheus não receava nem a guarda municipal nem as guarnições militares, havendo mesmo da sua parte a convicção de que após umas certeiras bombas de picrato os «soldados, emacipando-se, viriam fraternizar com o povo».

O início do fim

Estava, pois, tudo em marcha.

O assalto teria lugar na madrugada de domingo de 30 de Junho. O sinal seria dado por Matheus, em Marvila, na casa onde habitava, localizada na quinta onde, num extremo e noutro onde residia, estavam localizados quer o palacete do patrão, quer a fábrica têxtil.

No dia anterior, como ensaio geral, no decorrer de uma procissão alusiva ao centenário de Santo António, havia de ser lançada a palavra de ordem «Abaixo a reacção! Viva a anarquia!», por forma a testar o comportamento popular.

Com efeito houve uma confusão enorme, com imagens religiosas caídas no chão, os anjinhos perdidos, e tudo o que era gente a correr alucinadamente.

No meio de tudo isto um padre saca da pistola «apontando ao povo e berrando: - Povo indigno! Estás a pedir a Inquisição!»

O teste foi positivo, o que elevou ainda mais a convicção de que o resultado da acção programada seria um êxito.

A madrugada de domingo, entretanto, aproxima-se.

Mas antes do desfecho recuemos no tempo.

Adriana, a filha do patrão, teve apenas duas ou três conversas pessoais com o Matheus no âmbito da sua iniciativa filantrópica de criar, numa das instalações da fábrica, uma creche para os filhos das operárias.

Nessas conversas Adriana apercebeu-se de que o contramestre era um indivíduo culto, informado, corajoso e, para sua grande surpresa, muito estimado pelos trabalhadores.

Havia da parte de Adriana uma grande curiosidade em aprofundar o conhecimento sobre tal figura. E como? Através de alguém muito próximo do contramestre.

Adriana começou por fazer ofertas de roupa usada à Bandeirinha – a operária que possibilitou o roubo de material na fábrica «Braço de Prata» –, a que se seguiu o pagamento de tarefas fora do horário laboral, pecúlio que muito jeito deu à Bandeirinha.

Esta, lisonjeada com a «generosidade» de Adriana, retribuiu divulgando as actividades de Matheus, mas sem o propósito de delação e não revelando todos os detalhes. Mas o que disse deu para entender que Matheus estava a planear uma acção revolucionária, referindo o dia e a hora, acção que, a ser concretizada, daria azo à perda de vidas e à destruição de bens.

Adriana não revela nem à família, nem à polícia as informações obtidas. Age sozinha.

No referido domingo, quase à hora do início da operação, dirige-se a casa do Matheus, tendo-lhe, após palavras iniciais, dito:

«Basta de comédia, Matheus!»

De seguida utilizou toda uma argumentação persuasiva tendente a abortar o assalto programado.

Matheus, apanhado de surpresa, não sabia o que fazer, postura que se tornou mais melindrosa a partir do momento em que começaram a chegar ao local onde residia mensageiros dando nota do êxito da chegada dos revoltosos aos pontos de encontro.

Tais mensageiros batiam à porta tentando entrar. Matheus, tendo pela frente Adriana, evitava esse contacto, limitando-se a ouvir de fora.

Um desses mensageiros, através das janelas fechadas, gritou:

«O Alto do Pina está ocupado. Temos ali gente em barda, desde o caminho para o Poço dos Mouros até à Curraleira, pronta a avançar».

Um outro tentou informar sobre o êxito da «concentração entre o Campo Grande e as Picoas».

Matheus, face a tais informações, tentou abrir a porta e sair para falar com os seus correligionários, ao que foi fisicamente impedido por Adriana, não obstante a seguinte ameaça do contramestre.

«Adriana! Que eu faço ir tudo pelos ares...»

«E ela impassível, cruzando os braços, olhando-o com firmeza: - Sempre quero ver!».

Entretanto, a persuasão de Adriana prossegue baralhando cada vez mais o raciocínio de Matheus, tendo este, a certa altura do diálogo, referido:

«Diga-me finalmente, Adriana! Por que é que veio talhar aqui a minha infâmia? Por que me prende assim...»

«E ela, docemente, ...: - Porque o amo!»

Após esta declaração de amor, Adriana beija-o, prosseguindo:

«O mundo! Que lhe importa o mundo, se me tem a mim...?»

Matheus, envolvido no afecto que desejava mas simultaneamente «anestesiado, inerte, com a cabeça entre os braços», está completamente destroçado.

Ela, entretanto, certifica-se de que o movimento dos emissários revoltosos havia parado mercê do inacção de Matheus, bem como frustrado o sinal do assalto a seu cargo.

É já de madrugada.

É altura de Adriana regressar ao seu palacete, a curta distância da casa do contramestre.

Chegada ao quarto e quando ia fechar a janela, eis que ouviu um enorme estrondo, precedido de um enorme clarão.

Matheus, que havia ganho o amor da filha do patrão, havia traído a revolução e perdido o respeito dos trabalhadores.

O suicídio do chefe anarquista foi a solução.

Estamos, no âmbito literário, perante um facto simbólico evidenciando contradições, pessimismo e, mais que isso, um beco sem saída para a libertação da classe operária.

Essa libertação, a certeza dessa libertação, formulada no plano da criação artística e alicerçada no ensinamento do materialismo dialéctico, só veio a ser exposta alguns anos depois, nos finais da década de trinta do século XX, por via do neo-realismo, cujo primeiro romance retratando a vivência da classe operária no interior de uma fábrica é «Engrenagem», de Soeiro Pereira Gomes. A «Lã e a Neve» de Ferreira de Castro – outra obra muito importante –, embora editada primeiro, foi escrita posteriormente.




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