Conquistados aumentos em várias empresas

Mais salário com mais luta

A CGTP-IN di­vulgou uma lista de em­presas onde foram al­can­çados au­mentos sa­la­riais para o cor­rente ano. Em al­guns casos, foi mesmo su­pe­rada a rei­vin­di­cação geral de um euro por dia.

A acção di­recta nas em­presas acaba por ter re­sul­tados

«Esta con­quista com­prova que a de­ter­mi­nação e re­sis­tência dos tra­ba­lha­dores que ba­ta­lham por em­prego e sa­lário dignos, através da acção e luta, junto das em­presas e das en­ti­dades pa­tro­nais, traz re­sul­tados», co­menta a cen­tral. Na in­for­mação pu­bli­cada dia 7, no seu sítio elec­tró­nico, a Inter re­a­firma que «quem luta al­cança».

Com re­sul­tados iguais ou su­pe­ri­ores à exi­gência mí­nima de 30 euros por mês para todos os tra­ba­lha­dores que o Go­verno con­tinua a re­cusar para o sa­lário mí­nimo na­ci­onal, dando co­ber­tura à prá­tica das vá­rias as­so­ci­a­ções pa­tro­nais que re­cusam ne­go­ciar au­mentos de sa­lá­rios –, surgem a Vi­dromor (au­mento de 30 euros por mês), a Fer­men­topão (au­mento global de 2,8 por cento, que re­pre­senta, em média, 35 euros por mês), a Cen­tralcer (au­mento global de 2,1 por cento, que vale, em média, 30 euros por mês), o Hotel Ritz (com um au­mento de apenas um por cento, que re­sulta numa média de 30 euros por mês) e a Con­ti­nental Mabor (onde foi al­can­çado um au­mento de 2,5 por cento nos sa­lá­rios, no sub­sídio de re­feição e no prémio an­ti­gui­dade, bem como um prémio anual de 1100 euros para cada tra­ba­lhador, a tí­tulo de dis­tri­buição de di­vi­dendos).

Num pa­no­rama na­ci­onal de quebra sa­la­rial, a CGTP-IN as­si­nala ainda vá­rios ou­tros casos de au­mentos dos sa­lá­rios a pagar em 2014: o grupo Ho­téis Ti­voli (1,5 por cento, média de 20 euros), a Saint Go­bain Se­kurit Por­tugal (mais 25 euros nos sa­lá­rios e mais 2,5 por cento em sub­sí­dios e cláu­sulas pe­cu­niá­rias, com acrés­cimo de dois dias de fé­rias, para um total de 25 dias), a Camo (25 euros), a Ta­ba­queira (2,1 por cento, média de 28 euros), a Vi­sion (au­mento de dois por cento, mais um prémio de 400 euros), a Fi­sipe (1,5 por cento, mais 50 euros de sub­sídio de creche e um prémio de pro­dução de 500 euros), Ten­neco (au­mento de dois por cento, ne­go­ciado em 2013), o Bri­tish Hos­pital XXI (au­mento global de três por cento), a VW Au­to­eu­ropa (1,6 por cento, ne­go­ci­ação efec­tuada em 2013), a Abri­gada (au­mento sa­la­rial de 15 euros, mais um prémio mensal de 15 euros, a pagar 14 meses), a Ma­ni­towoc (15 euros), a STET (1,3 por cento), a Jado Ibéria (um por cento apli­cado por acto de gestão e con­si­de­rado como adi­an­ta­mento à rei­vin­di­cação), a Pe­trogal (está con­fir­mado um prémio anual de 923 euros, mas ainda não foram con­cluídas as ne­go­ci­a­ções sa­la­riais), a PSA Plás­ticos (prémio de 350 euros), a Sidul (mais 1,5 por cento nos sa­lá­rios e nas cláu­sulas com ex­pressão pe­cu­niária, e ac­tu­a­li­zação do valor do prémio de an­ti­gui­dade, su­bindo para 643 euros o sa­lário mí­nimo na em­presa), o res­tau­rante Uni­trato (1,5 por cento, média de 13 euros), os ho­téis She­raton (1,5 por cento, com efeitos re­tro­ac­tivos a 2013), Me­ri­dien (um por cento, média de 16 euros) e Ti­voli (1,5 por cento apli­cado por acto de gestão, con­si­de­rado adi­an­ta­mento ao ca­derno rei­vin­di­ca­tivo).

A lista com­pleta-se com o acordo al­can­çado na re­visão do con­trato co­lec­tivo do sector da tor­re­facção de café: au­mento geral de 1,6 por cento, ga­ran­tindo dois por cento para os sa­lá­rios mais baixos e pas­sando o sa­lário mí­nimo no sector para 495 euros.

 

Ro­do­viária do Tejo marcou

A Fec­trans/​CGTP-IN re­velou, ao fim da tarde de se­gunda-feira, que a ad­mi­nis­tração da Ro­do­viária do Tejo marcou uma reu­nião com a es­tru­tura sin­dical para hoje. A fe­de­ração as­si­nalou que tal acon­teceu «de­pois de ser co­nhe­cida a de­cisão dos re­pre­sen­tantes dos tra­ba­lha­dores da em­presa, de se em­pe­nharem numa grande mo­bi­li­zação para a acção de dia 28», e disse es­perar «que al­gumas afir­ma­ções da ad­mi­nis­tração, no pas­sado dia 7, se trans­formem em actos e pro­postas que vi­a­bi­lizem um acordo».
Ci­tando um ad­mi­nis­trador, que disse então à agência Lusa que «os tempos estão maus para todos e nós o que que­remos é mo­to­ristas mo­ti­vados», a Fec­trans per­gunta se «os tra­ba­lha­dores se mo­tivam com re­dução de re­mu­ne­ra­ções, com o au­mento dos dias de tra­balho à borla, com a des­truição do Acordo de Em­presa». «Tudo fa­remos para que haja acordo, mas não acei­ta­remos a re­dução das con­di­ções sa­la­riais e de tra­balho que está a ser im­posta aos tra­ba­lha­dores da Ro­do­viária do Tejo», re­a­firma a fe­de­ração.

Para dia 28 de Março, a Fec­trans está a or­ga­nizar um ple­nário geral de tra­ba­lha­dores da TST e da Ro­do­viária de Lisboa, frente à sede da Bar­ra­queiro, que pre­side à as­so­ci­ação pa­tronal An­trop. No dia 7, num ple­nário re­a­li­zado em Torres Novas, com mais de 700 tra­ba­lha­dores da Ro­do­viária do Tejo e da Ri­ba­te­jana, foi de­ci­dido fazer greve no dia 28 e par­ti­cipar na con­cen­tração frente à Bar­ra­queiro – grupo de que fazem parte estas em­presas e que tem em comum com a TST, como de­nun­ciou a Fec­trans, a in­tenção de ge­ne­ra­lizar o «tempo de dis­po­ni­bi­li­dade», ata­cando os acordos de em­presa e os di­reitos dos tra­ba­lha­dores neles ins­critos.




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