- Nº 2103 (2014/03/20)
Interpelação do PCP ao Governo comprova
gravidade da situação económica e social

Confiança no povo

Assembleia da República

À deputada do PSD Mercedes Borges, que repetindo frases gastas atribuiu ao PCP um «discurso tremendista», acusando-o de «ignorar» o «esforço e a resiliência do Governo para salvar o País», respondeu Francisco Lopes desafiando-a a «desmentir um que fosse» dos factos sobre a realidade económica e social com que preenchera a sua intervenção.

E disse bem compreender a razão pela qual as questões por si trazidas a debate, traduzindo a realidade vivida pelos trabalhadores e pelo povo, incomodaram tanto os partidos da maioria num momento em que estes e o Governo apostam tudo em criar uma imagem artificial da realidade do País.

Frisou, concretamente, que cada uma das questões enumeradas pode ser multiplicada por centenas ou milhares de exemplos. «São dramas sociais e chamam a isso o sucesso do programa de ajustamento? Chamam a isso um grande êxito?», inquiriu, frisando que foi sucesso obtido à custa do «sacrifício e do esforço de milhões de portugueses que viram os seus salários cortados, as suas pensões postas em causa, os serviços públicos deteriorados».

É tudo isto que «está em causa», é esta realidade que tem de ser colocada no centro do debate, defendeu, porque «este rumo é suicidário para o País».

E ao contrário do que disse o ministro Mota Soares, que o País recuperaria em Maio a sua soberania, Francisco Lopes lembrou que é o próprio Presidente da República a afirmar que a ingerência vai continuar até 2035.

Daí ter rejeitado com firmeza que se condene «um povo e um país às suas amarras, ao empobrecimento e à exploração».

E é em função desta realidade concreta que se «constrói a alternativa, um caminho novo», segundo o parlamentar comunista, que afirmou convictamente a «confiança do PCP nos trabalhadores, no povo e no País».