PS, PSD e CDS

Cúmplices do desastre

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Con­tra­ri­ando a já ha­bi­tual ten­ta­tiva da troika na­ci­onal (PS, PSD e CDS) em des­res­pon­sa­bi­lizar-se da si­tu­ação em que se en­con­tram o povo e o País, bem como em mos­trar ser «di­fe­rente o que, na ver­dade, foi e é igual», João Fer­reira con­si­derou que PS, PSD e CDS têm, nestas elei­ções, uma di­fícil ta­refa.

«É que da mesma forma que es­ti­veram juntos na as­si­na­tura do pro­grama da troika, PS, PSD e CDS es­ti­veram juntos em tudo o que de mais re­le­vante foi vo­tado no Par­la­mento Eu­ropeu (PE)», de­nun­ciou, exem­pli­fi­cando com o apoio unâ­nime da­queles par­tidos «ao pa­cote le­gis­la­tivo da go­ver­nação eco­nó­mica e ao Tra­tado Or­ça­mental». Do­cu­mento, lem­brou o ca­beça-de-lista da CDU, cujo ob­jec­tivo a chan­celer alemã não es­condeu, des­ven­dando que visa «ga­rantir que mu­dando os go­vernos, não muda a po­lí­tica».

Tra­tado, frisou ainda João Fer­reira, que Ca­vaco Silva veio dizer «que nos impõe pelo menos mais 20 anos de aus­te­ri­dade. Mais 20 anos de em­po­bre­ci­mento e de agra­va­mento da de­si­gual­dade na dis­tri­buição da ri­queza; mais 20 anos de sub­missão na­ci­onal aos in­te­resses das grandes po­tên­cias», tra­duziu, antes de es­cla­recer que «es­tamos pe­rante me­ca­nismos que deitam por terra qual­quer pro­pa­ganda em torno de uma su­posta “saída limpa” do pro­grama da troika», con­fir­mando «não haver saída limpa pos­sível no quadro do la­maçal que pro­longa, para lá do pe­ríodo formal de vi­gência do pacto de agressão, as mes­mís­simas po­lí­ticas im­postas até aqui».

 

«Com­pro­me­tido até ao tu­tano»

 

Mas em ma­téria de des­res­pon­sa­bi­li­zação e mis­ti­fi­cação, o PS pa­rece im­ba­tível. «Nos úl­timos dias, res­pon­sá­veis do PS, in­cluindo o seu pri­meiro can­di­dato às elei­ções para o PE, afir­maram que não se com­pro­metem com a re­po­sição de sa­lá­rios e pen­sões rou­bados aos tra­ba­lha­dores, re­for­mados e pen­si­o­nistas». Os tra­ba­lha­dores e o povo ficam «a saber me­lhor com o que podem contar», co­mentou João Fer­reira.

Esta é também «uma po­sição co­e­rente com a que foi as­su­mida pelo PS nos úl­timos anos, seja a nível na­ci­onal, seja no PE», afirmou, antes de lem­brar pa­la­vras re­centes de An­tónio José Se­guro, «que há dias disse que “olha para a Eu­ropa e não gosta do que vê”» e que «esta ter-se-á “afas­tado da obra ins­pi­rada pelos pais fun­da­dores”».

«Pun­gente de­cla­ração», qua­li­ficou o pri­meiro can­di­dato da CDU ao PE, mas que «não re­siste porém à re­a­li­dade e à lim­pidez dos factos».

«O PS es­teve com [os tra­tados de] Ma­as­tricht, Nice e Ames­terdão; com o Pacto de Es­ta­bi­li­dade; com o de­funto Tra­tado Cons­ti­tu­ci­onal e com a sua versão re­cau­chu­tada, o Tra­tado de Lisboa; com o Pacto para o Euro Mais, com o Se­mestre Eu­ropeu, a Go­ver­nação Eco­nó­mica e o Tra­tado Or­ça­mental», enun­ciou.

«O PS nunca soube nem nunca quis; não sabe nem quer propor um ca­minho di­fe­rente. Este é o ca­minho com o qual sempre es­teve e está com­pro­me­tido até ao tu­tano», mesmo que agora dele se tente «de­marcar, de forma opor­tu­nista, pe­rante a evi­dência do de­sastre», sa­li­entou.




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