No distrito de Lisboa, têm um contrato precário mais de metade dos 187 mil trabalhadores com menos de 30 anos, mas este peso, tal como no País, «pouco tem a ver com necessidades ocasionais ou excepcionais de emprego ou com a natureza sazonal do mesmo».
Num dossier que entregou sexta-feira, dia 4, no Ministério do Emprego, a Interjovem aponta a precariedade como «uma das faces de um modelo de desenvolvimento que assenta na desvalorização do trabalho, que trata os trabalhadores como peças descartáveis, prontas a ser substituídas ao sabor da redução dos custos e do lucro fácil».
Um quarto dos 102 500 jovens com contrato precário trabalha nas «actividades de emprego» (empresas de selecção e colocação de pessoal e de trabalho temporário), e mais 18 por cento estão no comércio a retalho.
Em relação aos trabalhadores efectivos (contratos sem termo), a remuneração média dos trabalhadores com contrato temporário é 40 por cento inferior; quem tem contrato a prazo (termo certo) ganha 27,6 por cento menos.
Resistem
Apesar de todas as dificuldades objectivas e subjectivas, «a luta pela melhoria das condições de vida e de trabalho tem-se reforçado», destaca a Interjovem, indicando como exemplo o aumento da sindicalização: no ano de 2013, cerca de quatro mil jovens inscreveram-se nos sindicatos da CGTP- IN no distrito de Lisboa; jovens são também 134 delegados sindicais e 18 representantes para a saúde e segurança no trabalho, eleitos no ano passado.