Resposta ao roubo de direitos

Trabalhadores avançam para a luta

Os tra­ba­lha­dores e as or­ga­ni­za­ções sin­di­cais que os re­pre­sentam mo­bi­lizam-se em di­versas em­presas e sec­tores de ac­ti­vi­dade, re­cu­sando-se a aceitar a eli­mi­nação de di­reitos la­bo­rais con­quis­tados.

Tra­ba­lha­dores in­ten­si­ficam a luta pela de­fesa dos seus di­reitos

No sector fer­ro­viário, di­versas or­ga­ni­za­ções sin­di­cais, entre as quais o SNTSF/​FEC­TRANS, de­ci­diram re­a­lizar uma greve no dia 8 de Maio na REFER, na CP e na CP Carga. De acordo com in­for­mação di­vul­gada pelos sin­di­catos, na sequência da reu­nião re­a­li­zada no dia 15, os tra­ba­lha­dores estão em luta: pela ac­tu­a­li­zação dos sa­lá­rios; pelo cum­pri­mento in­te­gral do Acordo de Em­presa; pela de­fesa dos postos de tra­balho; pelo di­reito dos fer­ro­viá­rios e suas fa­mí­lias às con­ces­sões; pelo fim do pro­cesso de li­qui­dação do sector fer­ro­viário na­ci­onal; por um ser­viço fer­ro­viário pú­blico, de qua­li­dade e se­guro; pela ma­nu­tenção da REFER como em­presa pú­blica e in­de­pen­dente das Es­tradas de Por­tugal.
Em Sintra, re­gistou-se uma adesão de 100% à greve de quatro dias (8-11 de Abril) con­vo­cada pelo STAL na HPEM, em­presa mu­ni­cipal de re­colha de re­sí­duos e lim­peza ur­bana. De acordo com o Sin­di­cato dos Tra­ba­lha­dores da Ad­mi­nis­tração Local, no pro­cesso de ex­tinção da em­presa, os fun­ci­o­ná­rios querem ver ga­ran­tidos os seus postos de tra­balho, sa­lá­rios e di­reitos, e a grande adesão à greve é «um forte sinal» de que se mantêm firmes.
 Na Par­malat Por­tugal, em Águas de Moura, a adesão total dos tra­ba­lha­dores à greve aos fe­ri­ados parou com­ple­ta­mente a pro­dução nos dias 18 e 20 (sexta-feira santa e dia de Páscoa), tendo es­tado a fun­ci­onar apenas os ser­viços mí­nimos, para manter a se­gu­rança e qua­li­dade do leite, se­gundo re­velou o SITE Sul numa nota de im­prensa. Para o sin­di­cato, a forte adesão à acção de luta cons­titui «uma res­posta à in­tran­si­gência da ad­mi­nis­tração», que mantém a pro­posta de au­mento sa­la­rial em 0,75% (contra os 4% exi­gidos pelos tra­ba­lha­dores); está ainda em causa a de­fesa dos di­reitos con­sa­grados no Acordo de Em­presa.
No dia 14, os tra­ba­lha­dores da Trans­maçor, em­presa de trans­portes ma­rí­timos que opera entre as ilhas do Faial, Pico e São Jorge (Açores), ini­ci­aram uma greve de três meses às horas ex­tra­or­di­ná­rias, cujo pa­ga­mento foi re­du­zido a 50%, re­velou o Sin­di­cato dos Tra­ba­lha­dores da Ma­rinha Mer­cante.Os guardas pri­si­o­nais ini­ci­aram, dia 17, uma greve aos turnos da noite e aos fins-de-se­mana, que se pro­lon­gará até 6 de Junho. De acordo com o Sin­di­cato Na­ci­onal do Corpo da Guarda Pri­si­onal, que con­voca a acção de luta, estão em causa, entre ou­tras me­didas, a in­te­gração do pes­soal nas novas ta­belas re­mu­ne­ra­tó­rias, a in­te­gração dos su­ple­mentos no ven­ci­mento, o pa­ga­mento dos ser­viços de turno ou a ne­go­ci­ação das es­calas de ser­viço.
Também no dia 17, os tra­ba­lha­dores do Centro de Pro­ces­sa­mento de Carnes do Grupo Sonae em San­tarém en­traram em luta «contra o roubo dos seus di­reitos», dando início a uma greve de uma hora por turno, em dias al­ter­nados, até 30 de Abril e fa­zendo greve, no mesmo pe­ríodo, a todo o tra­balho su­ple­mentar, bem como uma pa­ra­li­sação de 24 horas no do­mingo de Páscoa. De acordo com o co­mu­ni­cado di­vul­gado pelo SINTAB, em causa está o facto de os tra­ba­lha­dores da an­tiga Carnes Con­ti­nente, ad­qui­rida em pro­cesso de fusão pela Mo­delo Con­ti­nente, não verem ga­ran­tido o cum­pri­mento dos di­reitos ins­critos na con­venção co­lec­tiva que lhes era apli­cada.
No âm­bito das ac­ções de luta por me­lhores sa­lá­rios e em de­fesa con­trato co­lec­tivo de tra­balho, anun­ci­adas pelo Sin­di­cato da Ho­te­laria do Sul, no dia 16 um grupo de di­ri­gentes da or­ga­ni­zação sin­dical re­fe­rida con­cen­trou-se frente ao Hotel Mar­riott, em Lisboa. Até que os pa­trões re­tirem a sua pro­posta de de­la­pi­dação de di­reitos, os tra­ba­lha­dores não vão re­cuar, se­gundo afir­maram os sin­di­ca­listas.




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