Mais de mil no almoço da CDU em Loures

Abril vive no coração do povo

As mais de mil pes­soas que, no do­mingo, par­ti­ci­param no al­moço da CDU em Loures, co­me­mo­ra­tivo dos 40 anos da Re­vo­lução, mos­tram que Abril está bem vivo.

A contra-re­vo­lução não con­se­guiu ar­rancar Abril do co­ração do povo

A Re­vo­lução de Abril, as suas con­quistas e va­lores estão bem vivos no co­ração do povo por­tu­guês. A con­vicção, de Je­ró­nimo de Sousa, foi par­ti­lhada com as mais de mil pes­soas que, no do­mingo, par­ti­ci­param no grande al­moço da CDU, re­a­li­zado no Pa­vi­lhão José Gou­veia, em São João da Talha, con­celho de Loures. Para o Se­cre­tário-geral do PCP, se a po­lí­tica de di­reita pra­ti­cada por PS, PSD e CDS há mais de 37 anos con­se­guiu des­truir muito do que de mais va­lioso em Abril se con­quistou, ela não lo­grou ar­rancar Abril da me­mória dos tra­ba­lha­dores e do povo, que pros­se­guem hoje a luta pela de­fesa e con­cre­ti­zação dos seus va­lores.

Sa­li­en­tando a grande par­ti­ci­pação po­pular nas co­me­mo­ra­ções da Re­vo­lução – es­pe­ci­al­mente no des­file da Ave­nida da Li­ber­dade, em Lisboa, onde es­teve (ver pá­ginas 5 e 15 a 18) –, o di­ri­gente co­mu­nista des­tacou par­ti­cu­lar­mente a re­le­vante pre­sença das novas ge­ra­ções, que não eram nas­cidas, ou não pas­savam de cri­anças, quando Abril acon­teceu. Em se­guida, afirmou que quando os jo­vens lutam pelo di­reito ao tra­balho com di­reitos, quando com­batem as in­jus­tiças, a pre­ca­ri­e­dade e o de­sem­prego, as pro­pinas ou os cortes nas bolsas, quando de­fendem a es­cola pú­blica, o que estão a fazer é lutar pelos va­lores de Abril, mesmo que muitos não te­nham disso cons­ci­ência.

Para o di­ri­gente co­mu­nista, im­porta agora «en­cher as ruas das ci­dades» no 1.º de Maio, par­ti­ci­pando nas ac­ções con­vo­cadas pela CGTP-IN, pre­ci­sa­mente a mesma es­tru­tura que con­vocou as grandes ma­ni­fes­ta­ções do Dia do Tra­ba­lhador em 1974, que con­fir­maram a vi­tória sobre o fas­cismo e a força do mo­vi­mento ope­rário e sin­dical e do pró­prio Par­tido Co­mu­nista Por­tu­guês.

 Al­ter­nân­cias e al­ter­na­tiva

A pouco menos de um mês da re­a­li­zação das elei­ções para o Par­la­mento Eu­ropeu, Je­ró­nimo de Sousa não deixou de se re­ferir aos su­ces­sivos apelos ao voto lan­çados por di­ri­gentes e can­di­datos do PS, que pro­metem a «mu­dança». Na opi­nião do Se­cre­tário-geral do PCP, seria até mau para a de­mo­cracia que as pes­soas, «mais uma vez en­ga­nadas, fossem votar no PS, fossem levar o seu des­con­ten­ta­mento ao voto no PS, porque de­pois viria a de­si­lusão». O que faz falta, ga­rantiu, é uma po­lí­tica de ver­dade.

Também o pri­meiro can­di­dato da Co­li­gação às elei­ções de 25 de Maio, João Fer­reira, afirmou que não tem cre­di­bi­li­dade para pro­meter a mu­dança quem, no Par­la­mento Eu­ropeu, es­teve ao lado do PSD e do CDS em tudo o que de es­tru­tural e ne­ga­tivo para o País lá se votou, do Tra­tado Or­ça­mental à re­visão da PAC. Para o ac­tual de­pu­tado, «es­co­lher entre ser rou­bado no bolso do ca­saco ou da ca­misa não é uma ver­da­deira es­colha». A ver­da­deira al­ter­na­tiva, ga­rantiu, está na CDU e na po­lí­tica pa­trió­tica e de es­querda que de­fende e cor­po­riza.

Se há algo que a Re­vo­lução de Abril prova é que, como lem­brou João Fer­reira, «o povo é o prin­cipal ac­tual actor da His­tória e que nada o pode travar quando se or­ga­niza e luta». De facto, acres­centou, «tudo o que se al­cançou com Abril foi con­quis­tado, com co­ragem e de­ter­mi­nação. Nada foi ofe­re­cido». Assim, também nos com­bates do fu­turo será no povo e na sua de­ter­mi­nação e von­tade que «re­side a força capaz de romper com quais­quer cons­tran­gi­mentos, chan­ta­gens ou in­ge­rên­cias».

Me­mória e res­pon­sa­bi­li­dade

«Somos a me­mória que temos e a res­pon­sa­bi­li­dade que as­su­mimos. Sem me­mória não exis­timos; sem res­pon­sa­bi­li­dade talvez não me­re­çamos existir.» Foi assim, ci­tando José Sa­ra­mago, que a di­ri­gente do PEV Ma­nuela Cunha (que in­tegra a lista da CDU em quarto lugar) va­lo­rizou o papel ímpar da Co­li­gação que une co­mu­nistas, eco­lo­gistas e de­mo­cratas sem par­tido. A força que in­tegra aqueles que de forma mais co­e­rente e co­ra­josa re­sis­tiram ao fas­cismo e que «con­tinua a saber re­sistir e lutar para manter vivos os va­lores de Abril».

Ma­nuela Cunha acusou os par­tidos do Go­verno pela «erosão do País». Am­bi­ental, sim, mas também pro­du­tiva e po­pu­la­ci­onal. A di­ri­gente do Par­tido Eco­lo­gista Os Verdes apelou aos por­tu­gueses para, com o voto na CDU, co­lo­carem «o cravo na urna» no pró­ximo dia 25, da mesma forma que em Abril de 1974 o pu­seram na ponta das es­pin­gardas.

Por sua vez, o pre­si­dente da Câ­mara Mu­ni­cipal de Loures, Ber­nar­dino So­ares, sa­li­entou que, no pró­ximo dia 25 de Maio, o voto útil não é na co­li­gação PSD-CDS que «nos des­go­verna», nem no PS, «que nos quer des­go­vernar»; nem, tão-pouco, no «eu­ro­peísmo su­pos­ta­mente pro­gres­sista mas na re­a­li­dade fe­de­ra­lista» – é na CDU e no seu pro­jecto pa­trió­tico e de es­querda, ga­rantiu. O au­tarca co­mu­nista lem­brou ainda o sim­bo­lismo do local onde se re­a­li­zava a ini­ci­a­tiva. Na cam­panha para as elei­ções au­tár­quicas de Se­tembro úl­timo, uma acção re­a­li­zada na­quele mesmo pa­vi­lhão cons­ti­tuiu a ar­ran­cada final para a vi­tória da CDU. Seja assim agora.


PS, PSD e CDS
Sem ver­gonha nem cre­di­bi­li­dade

Na sua in­ter­venção, João Fer­reira re­feriu-se às «almas in­qui­etas» que, por te­merem a afir­mação da CDU, pro­curam di­a­bo­lizá-la. E para o fa­zerem di­fundem a ideia de que a cam­panha da Co­li­gação «tem como única pro­posta a saída de Por­tugal do euro. E para eles falar do fim do euro é coisa do in­ferno».

A CDU, pre­cisou João Fer­reira, não reduz os pro­blemas na­ci­o­nais ao euro. Aliás, lem­brou, «antes do euro, já cá mo­ravam, pela mão de PS, PSD e CDS, a li­qui­dação da pro­dução na­ci­onal, os dé­fices es­tra­té­gicos, o aban­dono eco­nó­mico e a li­qui­dação de di­reitos». Mas esta cons­ta­tação não nega o que, para o can­di­dato, «está à vista»: o efeito de­vas­tador da moeda única para a eco­nomia do País e para o nível de vida do povo por­tu­guês.

«O que in­co­moda PS, PSD e CDS é sa­berem que a vida deu e dá razão ao PCP», afirma João Fer­reira, ga­ran­tindo que todos eles sabem que «em lugar das mi­rí­ficas pro­messas que nos fi­zeram, o euro agravou as de­si­gual­dades, trouxe-nos es­tag­nação e re­cessão eco­nó­mica, o de­sem­prego dis­parou, a pro­dução in­dus­trial re­cuou, o en­di­vi­da­mento ex­terno dis­parou e os sa­lá­rios reais en­co­lheram, ao mesmo tempo que os lu­cros au­men­taram». Muito em­bora o saibam, acres­centou o can­di­dato, PS, PSD e CDS «vêem na per­ma­nência do euro um ins­tru­mento para jus­ti­ficar em seu nome o as­salto aos ren­di­mentos de quem tra­balha ou tra­ba­lhou uma vida in­teira e o saque dos re­cursos e ri­quezas na­ci­o­nais».

Os par­tidos da troika in­terna, disse ainda João Fer­reira, pre­tendem es­conder que existe a pos­si­bi­li­dade de uma saída do euro im­posta por «de­sen­vol­vi­mentos na crise da União Eu­ro­peia e da zona euro» e, so­bre­tudo, que um dia, quando essa questão se co­locar, «am­bi­ci­onam en­frentá-la não pelo lado da de­fesa dos in­te­resses dos tra­ba­lha­dores mas sim em be­ne­ficio dos es­pe­cu­la­dores». Per­cebe-se, assim, que queiram fugir ao de­bate do pro­blema, afirmou o can­di­dato da CDU, acu­sando PS, PSD e CDS de não terem ver­gonha. Nem cre­di­bi­li­dade.




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