Jerónimo de Sousa reage a conferência da troika

Inaceitável ingerência

O Se­cre­tário-geral do PCP re­agiu com um forte pro­testo ao anúncio da mar­cação de uma ini­ci­a­tiva da troika para o pró­ximo dia 25, con­si­de­rando-a uma «in­ge­rência» ina­cei­tável na vida na­ci­onal. «O FMI, o BCE e a UE fazem tanta questão de afirmar que eles é que mandam aqui, que mar­caram para o dia 25 de Maio, no dia das elei­ções, uma con­fe­rência em Sintra para dizer que «acabou o pro­grama mas nós con­ti­nu­amos cá».

Para Je­ró­nimo de Sousa, esta é uma po­sição ab­so­lu­ta­mente ina­cei­tável, re­ve­la­dora de uma «ar­ro­gância im­pe­rial» e de inad­mis­sível «in­ge­rência na vida in­terna do País».

Sa­bendo que essa in­ge­rência não pro­voca so­bres­saltos no Pre­si­dente da Re­pú­blica, Je­ró­nimo de Sousa, que fa­lava do­mingo pas­sado na Moita (ver pág. 7), di­rigiu o apelo, esse sim, ao povo por­tu­guês para que no dia 25 de Maio se afirme «cla­ra­mente pelo voto que quem manda aqui não é a troika, quem manda em Por­tugal são os por­tu­gueses».

Novos golpes

«Um des­pu­do­rado exer­cício de fo­gue­tório pré-elei­toral», assim ava­liou o PCP, en­tre­tanto, a con­fe­rência de im­prensa do Go­verno sobre a 12.ª ava­li­ação troika.

Das pa­la­vras do vice-pri­meiro-mi­nistro Paulo Portas e da mi­nistra das Fi­nanças o que se re­tira é que o «Go­verno está muito sa­tis­feito, mas os por­tu­gueses não estão», con­si­derou o de­pu­tado co­mu­nista An­tónio Fi­lipe em de­cla­ra­ções aos jor­na­listas no Par­la­mento.

Só há mesmo é «ra­zões de in­sa­tis­fação», anotou, na me­dida em que o Exe­cu­tivo o que de­cretou foi o ca­rácter «de­fi­ni­tivo de todos os cortes im­postos aos por­tu­gueses nos úl­timos anos e que foram sempre apre­sen­tados como tran­si­tó­rios».

Nem mesmo a pro­messa feita há dias de que o DEO e o fim da apli­cação do me­mo­rando da troika não se tra­du­ziria em mais au­mentos de im­postos foi cum­prida, lem­brou o par­la­mentar do PCP, antes de su­bli­nhar que os por­tu­gueses estão con­fron­tados é com «mais um agra­va­mento fiscal».

An­tónio Fi­lipe não deixou de re­gistar ainda a cir­cuns­tância de nem al­guns com­pro­missos que se es­pe­raria que o Go­verno pu­desse as­sumir, de­sig­na­da­mente em ma­téria de au­mento de sa­lário mí­nimo na­ci­onal, foram as­su­midos.




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