A As­sem­bleia Le­gis­la­tiva da Re­gião Au­tó­noma da Ma­deira (ALRAM) aprovou por una­ni­mi­dade, no dia 6, um voto de pesar pelo fa­le­ci­mento de Inês Afon­seca, his­tó­rica mi­li­tante co­mu­nista fa­le­cida no final do mês de Abril, aos 90 anos. No voto, apre­sen­tado pelo PCP, su­blinha-se o des­ta­cado papel as­su­mido por Inês Afon­seca na luta contra o re­gime de co­lonia no ar­qui­pé­lago, bem como no mo­vi­mento cam­ponês, em de­fesa dos di­reitos dos ca­seiros.
Inês Afon­seca, lê-se no texto do voto de pesar, «foi sempre uma mu­lher do povo, com­pro­me­tida com os pro­cessos de li­ber­tação da canga, tão bem ca­rac­te­ri­zada pelo es­critor ma­dei­rense Ho­rácio Bento de Gou­veia. E na luta contra a canga da co­lonia, que es­cra­vizou o povo destas ilhas du­rante largos sé­culos, contra todas as formas de ex­plo­ração da con­dição hu­mana, Inês Afon­seca foi exemplo de co­ragem, lu­cidez, co­e­rência e per­sis­tência».
A ho­me­nagem unâ­nime que lhe foi pres­tada na ALRAM deve-se, em grande me­dida, ao seu «re­le­vante tra­balho em prol da co­mu­ni­dade re­gi­onal, num exem­plar de­sem­penho de de­di­cação e ge­ne­ro­si­dade pela de­fesa dos di­reitos dos mais fracos». Su­bli­nhado foi, também, o seu con­tri­buto para a «cons­ti­tuição de uma me­mória co­lec­tiva acerca da cul­tura dos di­reitos e da cons­trução da de­mo­cracia e pela afir­mação da li­ber­dade».