A CGTP-IN considera fundamental a união dos trabalhadores em defesa da contratação colectiva, face às gravosas alterações na legislação laboral contidas na proposta de lei do Governo.
Depois de ter afirmado que «a reforma laboral estava concluída e não seria revista», o Governo PSD/CDS-PP «volta a mentir», avançando com uma proposta de lei que «visa destruir a contratação colectiva, promover nova redução da retribuição e aumentar o IVA e a TSU para os trabalhadores, deixando o patronato intocável», afirma a CGTP-IN num comunicado de imprensa.
No dia 5, o Governo aprovou em Conselho de Ministros uma proposta de lei que reduz os prazos de caducidade e de sobrevigência das convenções colectivas de cinco para três anos e de 18 para 12 meses, respectivamente, a prorrogação até final de 2014 da redução para metade do valor do trabalho extraordinário ou realizado em dia feriado – uma medida que era para vigorar até 31 de Julho deste ano –, bem como a suspensão temporária da contratação colectiva em situação de crise empresarial, por motivos de mercado, estruturais, tecnológicos, entre outros.
O acordo sobre estas matérias foi alcançado no dia 4 entre o Governo, o patronato e a UGT. Para a Intersindical, a troika «envolvida neste negócio» está a «promover um roubo organizado aos direitos e salários dos trabalhadores», e o anúncio de um eventual aumento do salário mínimo nacional para 500 euros, a breve prazo, visa «dar cobertura a este saque», constituindo uma «atitude sinistra» da parte daqueles que protagonizaram «este retrocesso social e civilizacional».
Com as medidas anunciadas, o Governo está a pôr em causa a criação de mais e melhor emprego, e a contribuir para manter os elevados níveis de desemprego com que o País se confronta actualmente. Trata-se de um «projecto de lei golpista», que tem por objectivo «impor na secretaria regras diferentes das que foram negociadas e acordadas pelas partes no âmbito da contratação colectiva e choca com a Constituição da República Portuguesa», afirma a central sindical.
No comunicado, a CGTP responsabiliza o Governo, as confederações patronais e a UGT por um processo que atenta contra os «direitos, liberdades e garantias dos trabalhadores, conquistados por gerações de homens e mulheres antes e depois do 25 de Abril», e faz um apelo a todos os trabalhadores para que, independentemente da sua filiação sindical, «se unam e rejeitem» estas medidas, que dão continuidade a «uma política de exploração e empobrecimento do povo e do País».
Para a Inter, a contratação colectiva é um elemento de «harmonização social no progresso», indissociável da «valorização do trabalho, da defesa da dignidade dos trabalhadores e da efectivação da democracia», pelo que não irá permitir que os desejos de Governo, patrões e UGT se transformem em realidade.