Falácia na AR
Aprovada sexta-feira passada pela maioria PSD/CDS-PP, com os votos contra de todas as oposições, baixou à comissão a proposta de lei que altera o Código do Trabalho, reduzindo os prazos de caducidade e de sobrevigência das convenções colectivas, de cinco para três anos e de 18 para 12 meses, respectivamente.
Este é um de dois passos que estava em falta para «reanimar a contratação colectiva», afirmou no debate o ministro Pedro Mota Soares. O que é apresentado pelo Governo como medida que «concretiza o diálogo social», segundo o titular da pasta da Solidariedade, Emprego e Segurança Social, não passa na opinião do PCP de mais uma insidiosa tentativa de destruição da contratação colectiva, enquanto direito fundamental dos trabalhadores.
E ao contrário do que afirmam PS, PSD e CDS-PP quando se trata de justificar uma nova mexida no Código do Trabalho – sempre em nome da competitividade e da criação de emprego –, o que esta alteração traz no bojo é um novo retrocesso com vista a fragilizar a contratação colectiva, agravar a exploração, aumentar o desemprego. Afirmou-o no debate o deputado comunista Jorge Machado, contrapondo que o intuito não é modernizar o «mercado laboral» nem melhorar o crescimento ou o emprego, mas apenas «liquidar a contratação colectiva para assim baixar ainda mais, e rapidamente, os salários dos trabalhadores».