Dados do INE sobre desemprego

Sem razões para festejar

O PCP re­agiu, no dia 5, à di­vul­gação do «Inqué­rito ao Em­prego» do se­gundo tri­mestre de 2014, di­vul­gado no mesmo dia pelo Ins­ti­tuto Na­ci­onal de Es­ta­tís­tica, através de uma de­cla­ração de José Lou­renço, membro da Co­missão dos As­suntos Eco­nó­micos (CAE). Afir­mando que os dados tor­nados pú­blicos «não per­mitem a lei­tura op­ti­mista que Go­verno e par­tidos da mai­oria se apres­saram a fazer», José Lou­renço ex­plicou que «não há cor­res­pon­dência entre a re­dução do nú­mero de de­sem­pre­gados e o nú­mero de em­pregos cri­ados entre os se­gundos tri­mes­tres de 2013 e 2014».

Ou seja, en­quanto o de­sem­prego se re­duziu em 134 700, a cri­ação lí­quida de em­prego foi de 90 mil, ou seja, 44 700 tra­ba­lha­dores por­tu­gueses «dei­xaram de ser con­si­de­rados de­sem­pre­gados, mas nem por isso en­con­traram em­prego». Como neste pe­ríodo, também de acordo com o INE, a po­pu­lação re­si­dente baixou em 62 900, o membro da CAE ga­rantiu não ser «di­fícil per­ceber que a es­ma­ga­dora mai­oria destes tra­ba­lha­dores terá emi­grado». Se assim não fosse, manter-se-iam de­sem­pre­gados e o de­sem­prego su­biria para, pelo menos, 14,8 por cento.

Também o facto de a taxa do INE não ser imune aos cha­mados ocu­pados do IEFP (tra­ba­lha­dores de­sem­pre­gados em es­tá­gios e cursos de for­mação), a que este Go­verno tem re­cor­rido como ne­nhum antes, con­tribui para a «des­cida» do de­sem­prego. Só no se­gundo tri­mestre deste ano, re­velou José Lou­renço, eram 171 528 os tra­ba­lha­dores nesta si­tu­ação, mais 65 350 do que há um ano. Assim, «se não se sub­traíssem das es­ta­tís­ticas do de­sem­prego estes, e aqueles que dei­xaram de ser de­sem­pre­gados mas que não en­con­traram em­prego, isso bas­taria para que a taxa de de­sem­prego fosse já de 16,1 por cento», ga­rantiu o membro da CAE.

O que os dados não deixam de re­velar, se­gundo José Lou­renço, é que a taxa de de­sem­prego jovem é de 35,6 por cento; que o tra­balho pre­cário re­pre­senta 29,1 por cento do tra­balho por conta de ou­trem; que há 256 600 inac­tivos dis­po­ní­veis para tra­ba­lhar mas que não estão no mer­cado de tra­balho; que há 252 200 tra­ba­lha­dores que não con­se­guem um tra­balho a tempo com­pleto e são obri­gados a tra­ba­lhar a tempo par­cial; que há 660 mil tra­ba­lha­dores iso­lados a tra­ba­lhar a re­cibo verde e que a es­ma­ga­dora mai­oria do em­prego criado é pre­cário e de sa­lá­rios muito baixos. «Por todas estas ra­zões, a taxa de de­sem­prego real é ainda muito su­pe­rior aos 13,9 por cento agora apre­sen­tados e atinge, de acordo com estes dados, os 22,5 por cento», sa­li­entou José Lou­renço.

Para o PCP, re­a­firmou-se na de­cla­ração, um de­sen­vol­vi­mento eco­nó­mico sus­ten­tado capaz de di­na­mizar um mer­cado in­terno e de criar em­prego qua­li­fi­cado e com di­reitos é «in­com­pa­tível com a acção deste Go­verno e com uma po­lí­tica su­bor­di­nada aos cri­té­rios da troika e da União Eu­ro­peia».




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