- Nº 2128 (2014/09/11)
Outros espaços

Uma festa para todos

Festa do Avante!

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O Espaço Criança, que a Associação «Os Pioneiros de Portugal» dinamiza, não passou ao lado do 40.º aniversário do 25 de Abril, como facilmente deixava entender a inscrição junto ao pré-pagamento do Bar Pioneiral. Numa das suas paredes, anunciava-se ainda que a Festa da Criança é a 27 de Setembro, no Parque Urbano das Paivas (Amora, Seixal). 
Lá dentro, reinava a animação da pequenada no parque infantil – nos balancés, baloiços, escorregas e também nas casas cujos telhados era possível escalar, usando como base umas simpáticas rãs. Muitos pais, acoitados à sombra das árvores, acompanhavam estas aventuras e também as actividades várias – desenhos, pinturas faciais, recorte de figuras, modelagem de balões – realizadas em dois espaços.
Um deles ficava entre a Banca Pioneiral e uma torre em que uma figura de professor mostrava os modos de antigamente, com ar severo e «menina de cinco olhos» na mão, a duas crianças numa sala de aula cinzenta, escura. Seguindo para outras faces do paralelepípedo, via-se solidão, castigo, trabalho infantil e mais escuridão – só alumiada por um livro a arder. Mas eis que os meninos e meninas iam sendo puxados para um patamar mais elevado, de liberdade e fantasia, onde as crianças sorriam e brincavam sob o céu azul e o símbolo dos pioneiros.
O Pavilhão dos Imigrantes voltava a exibir a rica decoração africana/tropical, repetia as receitas de sucesso da moamba e da cachupa rica a nível gastronómico e insistia na música «quente», que levava muitos a dançar.
Numa das paredes, uma série de painéis explicava como o PCP está com os imigrantes na defesa e na aplicação dos seus direitos, informava que o número de imigrantes tem diminuído no nosso País (uma quebra de 4,5% em 2012 e 3,8% em 2013), e destacava o facto de a crise agravar a situação da população imigrante, hoje sujeita a mais exploração e empobrecimento.
O Pavilhão dos Emigrantes recordava que «mais de 350 mil portugueses emigraram em três anos de política de direita», divulgava as propostas do PCP para as comunidades na diáspora – que vão da defesa do ensino do Português no estrangeiro à reposição de uma rede consular mais próxima, moderna e eficiente e à melhoria dos salários e condições de vida – e destacava a importância do reforço da organização, da influência e do prestígio do Partido junto dos portugueses que vivem e trabalham no estrangeiro.
No Bar da Emigração, decorado com cravos vermelhos e encimado pela inscrição «Pelos caminhos do Mundo a caminho de Abril», as salsichas alemãs e a sangria do Quim faziam sucesso.
O Pavilhão das Mulheres, se visto por quem subia a Avenida Primeiro de Maio, mostrava um belíssimo mural que figurava Catarina de Baleizão e uma paisagem alentejana com céu vermelho, junto à inscrição «Catarina Eufémia, mulher comunista, símbolo de luta emancipadora» – a que correspondia ao teor do debate realizado na esplanada do Bar da Igualdade.
Nas paredes do espaço, havia diversos painéis expostos: um falava da forma como a política de direita está a destruir os direitos das mulheres; outro afirmava que «os direitos da maternidade e paternidade são para ser cumpridos»; um terceiro defendia a «participação das mulheres em igualdade, numa sociedade mais justa, num País soberano»; um outro ainda recordava que «a Revolução de Abril inaugurou um tempo de direitos para as mulheres».

RL