Como vem sendo habitual, a Feira do Livro serviu para lançar algumas obras dos mais diversos géneros literários, algumas delas de grande importância política e social, como o V volume das “Obras Escolhidas”, de Álvaro Cunhal.
Passeando devagar por entre as mesas, deparámos com traduções de qualidade, livros infanto-juvenis, obras de história, ficção e poesia, linguística, pedagogia e reedições, como “Os Pescadores”, de Raul Brandão. A Feira ofereceu-nos obras de conhecimento de todas as áreas da vida e do pensamento, ao lado de volumes de culinária e erotismo, duas áreas que, segundo os entendidos, estão muito ligadas.
Foi possível dialogar e trocar ideias com José Barata-Moura, António Negrão, Catarina Infante do Carmo, Francisco Melo, Pedro Maia, Domingos Lobo, Domingos Abrantes, Ernesto Cartaxo e Carlos Carvalhas, que apresentaram ao público os nove títulos novos em destaque, como se dá nota noutra peça nestas páginas.
Segundo um dos responsáveis por este pavilhão, notou-se que havia muitas pessoas que se interessavam pelos livros, folheavam, liam as contra-capas, mas ficavam por aqui. Em tempo de crise dura, seria espantoso que os portugueses dessem prioridade ao livro, quando têm que «cortar» em quase tudo e lhes aparecem mais encargos de dia para dia. Dinheiro houvesse e sairíamos da Festa com material para enriquecer qualquer biblioteca. O que se via, era que muitas pessoas «compravam tudo com os olhos», como escreveu Soeiro Pereira Gomes. E isto apesar de haver preços quase irrisórios.