Sem estas funções sociais teremos outro Estado, com uma espiral de empobrecimento do povo para enriquecer uns poucos, que delas pretende fazer áreas de negócio, salientou Fernanda Mateus, da Comissão Política do Comité Central, já perto das onze e meia da noite de sábado, no final do debate no Fórum sobre «Funções Sociais do Estado, qualidade de vida e justiça social». Jorge Pires, da Comissão Política do CC, tinha começado por lembrar as consequências desastrosas da política de direita na vida das pessoas, particularmente nas áreas da saúde e da educação, e a responsabilidade do PS nas decisões políticas que conduziram ao actual estado. João Dias Coelho, também da Comissão Política, situou no princípio dos anos 1980 o início da ofensiva legislativa contra os serviços públicos, quando PS e PSD introduziram na Saúde o conceito de «tendencialmente gratuito». Igualmente na Segurança Social o PS tem responsabilidades na realização de uma política que serve o interesse do grande patronato, em desvincular-se de obrigações, e do poder financeiro, que quer usar as contribuições dos trabalhadores para a roleta bolsista, como disse Fernanda Mateus. Alma Rivera, da Direcção Nacional da JCP, apontou o exemplo das propinas, para notar que os governos alegaram sempre que a sua introdução e os sucessivos aumentos seriam temporários e para melhorar o Ensino Superior, mas o resultado favorece o interesse privado num negócio que prevêem mais lucrativo do que a indústria automóvel. Paula Santos, deputada do Partido na AR, também denunciou a linguagem que é usada para enganar as pessoas, como sucede com a «liberdade de escolha» na Educação, usada para designar um modelo que não garante a universalidade do acesso, mas garante clientes e financiamento aos grupos privados.