- Nº 2130 (2014/09/25)
Pilotos da Air France recusam proposta

Greve para durar

Europa

Em greve desde dia 15, os pilotos da Air France decidiram continuar a paralisação pelo menos até amanhã, 26, contra o projecto de desenvolvimento da Transavia.

No início da semana, a administração do grupo Air France-KLM tentou resolver o conflito, comprometendo-se a congelar até final do ano o projecto da low cost Transavia Europe.

A proposta foi contudo recusada pelo principal sindicato dos pilotos da Air France, o SNPL, que considerou a suspensão como «uma cortina de fumo» que «não resolve qualquer problema».

Esta posição foi apoiada por outras cinco outras estruturas sindicais (CGT, SNPNC-FO, Unac, Unsa e SUD-Aérien). Uma frente alargada reclama agora a «retirada incondicional do projecto», visto como uma ameaça às condições de trabalho e ao emprego.

Para defrontar a concorrência, a companhia (na qual o Estado francês ainda detém cerca de 16 por cento do capital) pretende alargar a frota da Transavia e criar novas bases noutros países europeus.

Os pilotos não se opõem propriamente à expansão da Transavia, mas querem garantir que todos os pilotos contratados tenham condições iguais, independentemente de estarem vinculados à empresa mãe ou a filiais de baixo custo.

Esta é a verdadeira origem do conflito, já que a administração pretende atrair novos pilotos com contratos locais em condições mais desfavoráveis.

O projecto prevê também a transferência de trabalhadores para a Transavia, o que leva o SNPL a acusar a administração de passar parte da actividade para a nova empresa.

Com efeito, em 2008, a Air France tinha 136 aeronaves destinadas a voos de média distância e agora tem apenas 102. Em contrapartida a Transavia, que tinha sete aviões, conta actualmente com 14 e poderá vir a aumentá-los para 37.

Esta greve da Air France é a mais longa desde 1998 e, segundo a administração, estima-se que os prejuízos rondem os 20 milhões de euros por dia.

Com mais de metade dos aviões em terra, a maioria dos voos tem sido cancelada. O SNPL não exclui um novo prolongamento da greve se a situação se mantiver.