Branquear o fascismo
Foi chumbado com os votos contra do PSD, PS e CDS-PP, na comissão de Educação, dia 1, o requerimento do PCP que visava suspender a inauguração na AR, que viria a ter lugar no dia seguinte, de uma exposição de bustos dos presidentes da República.
Esta diligência da bancada comunista na comissão parlamentar, entretanto convocada para o efeito, surgiu após o assunto ter sido levantado em plenário pelo líder parlamentar comunista, João Oliveira, que exigiu a suspensão da exposição, sendo secundado pelo PEV e BE.
Interpelando a mesa logo no início dos trabalhos, João Oliveira lavrou o protesto da sua bancada por a Assembleia da República acolher «uma exposição que inclui figuras de presidentes da República do fascismo», baseada em critérios meramente cronológicos.
«Utilizar critérios de mera referência cronológica para os incluir é contribuir para o branqueamento do fascismo», sustentou, defendendo que «não se pode apagar a História nem apagar da História o que foi o fascismo, o que significou para os portugueses, nem se pode apagar o papel que tiveram os seus responsáveis e dirigentes».