«Os valores e direitos de Abril no futuro de Portugal» é o lema das comemorações do 44.º aniversário da CGTP-IN, assinalado no passado dia 1. Num comunicado emitido nesse mesmo dia, a Intersindical sublinha que a sua criação constituiu um «marco de grande significado no longo, difícil e heróico percurso do movimento operário e sindical para se afirmar como força de progresso social e de emancipação dos trabalhadores». Constituída a partir da base pelos trabalhadores e tendo como princípios a «unidade, a democracia, a independência, a solidariedade e o sindicalismo de classe e de massas», a CGTP-IN «teve uma intervenção relevante na resistência ao fascismo, na luta pela liberdade, a democracia, os direitos laborais e sociais e a instauração e consolidação da Revolução de Abril», valoriza-se no comunicado.
Sublinhando a sua acção durante a Revolução e no «processo duro e prolongado» de luta contra a política de direita, a CGTP-IN garante que o «tempo que hoje vivemos exige a unidade na acção no combate a uma política de direita e a uma ofensiva antilaboral e social sem precedentes desde o 25 de Abril». O fim desta política e a demissão do Governo PSD/CDS são, pois, imperativos de todos quantos lutam por uma «política de esquerda e soberana, num Portugal democrático, desenvolvido, solidário e soberano».
A política alternativa que a Intersindical defende visa pôr a «economia ao serviço do País, para que sejam criados empregos e os portugueses não tenham, como no passado, de emigrar em massa». A central entende que «sem uma política de desenvolvimento e de crescimento, o País não responderá a problemas fundamentais como a diminuição do desemprego, a melhoria do nível de vida contra o empobrecimento e a resolução do problema da dívida, sobretudo da dívida pública».
Outros eixos da proposta da CGTP-IN passam pela defesa do exercício da contratação colectiva e da luta reivindicativa nos sectores, nas empresas, nos locais de trabalho, e pela garantia da salvaguarda e melhoria das funções sociais do Estado, «contra um projecto político conservador que, sob o lema da “reforma do Estado”, visa transformar a natureza do Estado através da destruição de direitos sociais».
Face a estes desafios, a CGTP-IN exorta os trabalhadores (que, lembra, são os protagonistas do projecto sindical que corporiza) a prosseguirem e intensificarem a luta contra a política de direita e o predomínio do sector financeiro sobre a economia real, ao mesmo tempo que reafirma a necessidade da adopção de medidas de controlo «mediante a reconstituição de um forte sector empresarial do Estado, nomeadamente na área da banca».