- Nº 2133 (2014/10/16)
Curdos denunciam a hipocrisia ocidental

Parar o genocídio

Europa

Dezenas de milhares de curdos manifestaram-se, dia 11, em França e na Alemanha contra a agressão das hordas terroristas à região de Koboné, na Síria.

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Em Paris, cerca de seis mil curdos concentraram-se na Praça da República, desfilando dali até à Bastilha. À cabeça da marcha via-se uma faixa de pano com a inscrição: «Que esperam para agir? Um novo massacre?».

Com cartazes alusivos à resistência do povo de Koboné contra os ataques das forças do chamado Estado Islâmico e bandeiras vermelhas do Partido dos Trabalhadores do Curdistão (PKK), os manifestantes condenaram a hipocrisia dos países ocidentais e a sua passividade face à chacina das populações curdas.

Também na cidade de Lyon, várias centenas de pessoas manifestaram-se exibindo bandeiras do Curdistão e retratos do líder do PKK encarcerado, Abdullah Öcalan.

Entre outras reivindicações, exigiram armas para a resistência curda, a retirada do PKK da lista de organizações terroristas da União Europeia e o reconhecimento de um estatuto autónomo para o seu território.

Na véspera tiveram lugar concentrações em Bordéus e Bayonne, em que foi denunciado o apoio da Turquia aos terroristas islâmicos.

Mais de 20 mil em Dusseldorf

Na Alemanha, onde residem mais de um milhão de curdos, cerca de 20 mil pessoas manifestaram-se pacificamente contra o Estado Islâmico, convocadas por diferentes organizações.

Em causa estão os ataques dos grupos armados ditos «islâmicos» contra várias cidades curdas na Síria.

Durante a semana passada registaram-se na cidade de Hamburgo (Norte) violentos confrontos entre manifestantes curdos e «islamitas».

Uma centena de manifestantes curdos manifestou-se, dia 7, nas instalações do Parlamento Europeu, em Bruxelas, exigindo que o Ocidente apoie a resistência na cidade de Koboné. Alguns deles conseguiram penetrar no edifício e obter uma reunião com o presidente do PE, Martin Schulz.

Vários activistas, citados pela imprensa internacional, asseguram que as armas usadas pelos terroristas, incluindo tanques militares, foram fornecidas pelo governo turco e pelos EUA.