- Nº 2136 (2014/11/6)

Recessão atinge crianças

Aconteceu

A crise económica arrastou para a pobreza 2,6 milhões de crianças nos países mais ricos do planeta, desde 2008, aumentando para 76,5 milhões as crianças pobres no mundo desenvolvido.
Os dados constam num relatório da UNICEF, apresentado dia 28, em Roma, que defende políticas de protecção social sólidas como «um factor decisivo na prevenção da pobreza».
O documento, intitulado «Crianças da Recessão: o impacto da crise económica no bem-estar das crianças nos países ricos», analisa dados oficiais de 41 países da União Europeia e da OCDE (Organização para a Cooperação e o Desenvolvimento da Europa).
Em 23 países a pobreza infantil aumentou desde 2008, tendo o aumento da taxa sido superior a 50 por cento na Irlanda, Croácia, Letónia, Grécia e Islândia.
Na Grécia, em 2012, o rendimento mediano dos agregados familiares com crianças baixou para os níveis de 1998, o que representou uma perda equivalente a 14 anos de progresso em matéria de rendimentos.
Seguindo o mesmo critério, a Irlanda, o Luxemburgo e a Espanha perderam uma década; a Islândia perdeu nove anos; e Portugal, a Itália e a Hungria perderam oito anos.
Outra das conclusões do relatório é que «a recessão afectou com especial dureza os jovens entre os 15 e os 24 anos de idade, tendo o número dos que não estão a estudar, a trabalhar ou a receber formação profissional aumentado de forma alarmante em muitos países». Na União Europeia, 7,5 milhões de jovens entraram nesta categoria.