Demonstrando o carácter insustentável da dívida pública, o deputado Miguel Tiago lembrou que o Estado em 2010 pagava em juros e encargos da dívida pública 4800 milhões de euros, valor que no OE para 2015 sobe para 8200 milhões de euros. Concluiu assim estar-se em presença não do que Passos Coelho diz ser a diminuição da dívida mas de uma dívida que continua de forma incomportável a crescer.
E entre 2014 e 2020 o Estado está comprometido com o pagamento de mais de 60 000 milhões de euros de juros de dívida, o que significa que a fatia do OE afecta aos juros tenderá inclusivamente a crescer até 2020.
Para se ter uma ideia do que representa os valores em causa, Miguel Tiago estabeleceu paralelos, assinalando, por exemplo, que só os juros da dívida num ano permitiriam repor três anos de cortes salariais na função pública, ou garantir durante oito anos medicamentos gratuitos nos hospitais, ou pagar 25 anos de propinas em todos os graus de ensino, ou pagar 700 anos daquilo que é gasto actualmente com o apoio a todas as artes e expressões artísticas no País.